São Paulo – A produtora de carne bovina brasileira Minerva está exportando mais para o Oriente Médio. De acordo com números divulgados nesta terça-feira (6) pela empresa e comentados em webcast, a região absorveu 23% das exportações da companhia no ano passado, com aumento de dois pontos percentuais sobre os 21% de 2016.
A Minerva aumentou as exportações como um todo em 2017, em 17,7%, de R$ 6,4 bilhões em 2016 para R$ 7,6 bilhões no ano passado. O maior destino foi a Ásia, com participação de 24%, seguida por Oriente Médio, com 23%, Américas, com 18%, União Europeia, com 13%, África, com 9%, Comunidade dos Estados Independentes (CEI), com 7%, e Nafta, com 5%.
“Vale destacar Oriente Médio e Ásia, que são destinos que têm peso significativo e seguem uma tendência de crescimento do consumo, deixando a pizza ainda mais diversificada”, disse o diretor presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz. A companhia persegue a diversificação de mercados e comemorou os resultados de 2017 neste sentido.
O grande foco da Minerva, na divulgação do desempenho do ano passado, foi a expansão da sua produção na América do Sul. A empresa comprou em 2017 as operações da JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai e aumentou em 50% sua capacidade de abate. A Minerva passou a ser líder na exportação de carne bovina da América do Sul, com 22% de participação.
A companhia está atualmente em um momento de processo avançado de integração das novas unidades. Isso, segundo o relatório da empresa, é a implementação do “Modelo Minerva”, com emprego de programas de eficiência operacional e comercial, padronização de processos, embasados em pilares de gestão de risco que a Minerva pratica. A companhia acredita que após essa etapa terá ganhos de sinergia e mais vantagens competitivas.
Nos cinco países onde tem operações – Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Colômbia – a Minerva tem participação elevada nas exportações. No Brasil, o percentual é de 19%, no Paraguai é de 29%, no Uruguai de 15%, na Argentina de 14%, e na Colômbia de 74%. A Minerva informou a expectativa de abertura de novos mercados para Paraguai e Argentina. Queiroz informou a empresa está em processo de abertura do mercado saudita para o Paraguai.
A Minerva registrou prejuízo de R$ 280,9 milhões no ano passado contra um lucro líquido de R$ 195 milhões no ano de 2016. De acordo com a empresa, os resultados foram afetados pela variação cambial. Mas a empresa teve crescimento de 45,4% na receita líquida, para R$ 14 bilhões. A Minerva abateu, no ano passado, 2,7 milhões de cabeças de gado, volume 30,2% superior a 2016. Além da compra de novas unidades, a empresa retomou atividades e elevou a utilização de algumas das suas plantas.
A empresa apresentou seus resultados um dia após a divulgação da Operação Trapaça, nova fase da Operação Carne Fraca da Polícia Federal. A investigação encontrou irregularidades em unidades da empresa BRF e não envolve frigoríficos da Minerva ou de outras empresas brasileiras da área. De acordo com informações divulgadas pela Minerva no webcast no final da manhã de terça-feira, a medida não havia provocado, até então, nenhum efeito sobre os mercados da empresa.
A Minerva destacou que se trata de um caso específico e elogiou a atuação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do ministro da pasta, Blairo Maggi, para esclarecimento aos mercados. As ações da Minerva, porém, assim como de outras empresas brasileiras produtoras de carne, caíam na Bovespa pela manhã.