São Paulo – Os cidadãos paulistanos têm real interesse em conhecer culturas de outras nações. Essa foi a percepção do subsecretário do Ministério da Cultura de Omã, Hamed Bin Hilal Al-Ma’amari, a respeito de como São Paulo recebeu as atividades que o governo do seu país está promovendo na cidade. Desde o início desta semana ocorrem os Dias Culturais Omanis no Brasil, com uma exposição no Shopping Eldorado que começou quarta-feira e vai até domingo (02). A partir da próxima quarta-feira (05) será promovida a mesma atividade no Rio de Janeiro.
Ma’amari falou sobre o tema em jantar de homenagem que a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras) ofereceram à delegação omani na noite de quinta-feira (30), no restaurante Figueira Rubaiyat. “Sentimos que há um interesse real do cidadão paulistano em conhecer outra cultura, uma cultura de outra nação”, disse Ma’amari em entrevista à ANBA. Ele afirmou que o objetivo da iniciativa é promover a paz e a harmonia no mundo.
Para o jantar foram convidados representantes de várias comunidades religiosas de São Paulo, desde muçulmanos até drusos e cristãos ortodoxos, justamente com o objetivo de simbolizar a ação em prol da paz e mostrar que Omã é um país onde há convivência pacífica. “Omã tem se destacado na revolução da educação e no exemplo de tolerância religiosa”, disse o vice-presidente da Fambras, Ali Hussein El Zogbi, durante a homenagem.
O embaixador de Omã, Khalid Said Al Jaradi, lembrou que o caminho da paz é algo em comum entre o Brasil e seu país. “Brasil e Omã se encontram e trilham o mesmo caminho, representando o bem e a paz neste mundo”, disse Jaradi. O diplomata afirmou que o exemplo brasileiro de convivência merece ser contemplado em todas as partes do mundo. “É algo que seguimos em Omã”, afirmou. Jaradi declarou ter orgulho da convivência pacífica religiosa que há no Sultanato. As ações culturais promovidas no Brasil têm como meta divulgar a imagem do país árabe e essa sua convivência pacífica como uma mensagem de paz.
A diretoria da Câmara Árabe também participou do jantar e o presidente do Conselho da entidade, Walid Yazigi, falou aos omanis sobre os laços imigratórios que unem o Brasil ao seu país. Yazigi afirmou que tem a teoria pessoal de que os omanis foram os primeiros árabes a chegar no Brasil, já que eles logo foram chamados de mascates em função da sua atividade comercial. Ele afirma que a etnologia da palavra se refere a Muscat, nome da capital de Omã, que em português se escreve Mascate.
Ma’amari aproveitou para contar um pouco sobre a história e imigrações de desbravamentos do seu país. “Meus ancestrais foram os senhores dos mares”, disse o subsecretário, relatando impérios comerciais construídos pelos antigos omanis em várias partes do mundo. Ao final do jantar, Ma’amari trocou presentes e homenagens com os líderes da Câmara Árabe e da Fambras.
A delegação omani começou suas atividades na capital paulista com uma cerimônia de inauguração do festival, na terça-feira (28), na qual foi divulgada uma pesquisa sobre a percepção que os brasileiros têm dos árabes, e houve desfile de moda omani e apresentações de música e danças folclóricas. No dia seguinte começou a exposição no Shopping Eldorado com tatuagem de henna, artesãos trabalhando madeiras, tecendo artigos de lã, além de exibição de ornamentos, pinturas, fotos, e também performances de artistas folclóricos.
De acordo com o diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, a exposição está tendo bastante procura do público. “Omã, com muito pouco tempo de embaixada no Brasil, cinco anos, está privilegiando o Brasil com uma série de eventos e trazendo para cá um conhecimento que nós não tínhamos, é todo um esforço em prol da paz”, disse também o vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara Árabe, Rubens Hannun.
A delegação é liderada pelo príncipe Fatek Bin Fahar Bin Timor Al Said, secretário-geral do Ministério do Patrimônio e da Cultura do país árabe, mas ele não conseguiu participar do jantar da Fambras em função de problemas de saúde. A missão teve outros compromissos como encontro na Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo e na Biblioteca Mário de Andrade, e reunião com a vice-prefeita da cidade de São Paulo, Nádia Campeão.
De acordo com o gerente de Relações Governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, que acompanhou a delegação, a Secretaria de Cultura demonstrou interesse em trazer a Orquestra de Omã para tocar em São Paulo. A vice-prefeita prometeu visitar a exposição do Shopping Eldorado, e com a Biblioteca Mário de Andrade houve conversas sobre intercâmbio cultural.