São Paulo – A Petrobras aumentou a importação de petróleo no acumulado de janeiro a setembro deste ano e no terceiro trimestre, segundo balanço divulgado pela empresa nesta terça-feira (06). O relatório apontou lucro líquido da petrolífera nos primeiros nove meses do ano, de R$ 23,6 bilhões, o melhor resultado desde 2011.
A companhia fez importações de 157 mil barris ao dia de petróleo de janeiro a setembro, além de 47 mil barris de diesel, nove mil barris de gasolina e 111 mil barris de outros derivados. Houve crescimento nas compras internacionais de petróleo de 34 mil barris diários sobre a média dos nove primeiros meses de 2017, e de 32 mil barris de diesel na mesma comparação. Nos demais produtos houve queda na importação.
No terceiro trimestre, no entanto, a Petrobras aumentou a importação de todos os produtos: petróleo, diesel, gasolina e outros derivados. Foram 207 mil barris diários em petróleo comprados no exterior, com crescimento de 27 mil barris sobre os três meses anteriores; 91 mil barris de diesel, com alta de 41 mil barris; 17 mil barris de gasolina, com alta de 10 mil barris ao dia; e 124 mil barris de outros derivados, com oito mil barris a mais.
“A menor produção de óleo acarretou queda das exportações de petróleo, e o aumento das vendas no mercado interno, associado à menor carga processada, contribuiu para o aumento dos gastos com importações, principalmente diesel”, afirmou a empresa sobre o terceiro trimestre. Apesar do aumento na importação e da queda nas exportações, a Petrobras segue exportadora líquida de petróleo e derivados: exporta mais que importa.
O Brasil produz principalmente o petróleo do tipo pesado, que é mais denso e mais difícil de refinar, e por isso as empresas da área importam o óleo do tipo leve para misturá-lo à produção nacional e fazer o refino, entre outras utilidades como a fabricação de determinados derivados para os quais é mais apropriado o petróleo leve.
A exportação de petróleo da Petrobras alcançou 415 mil barris ao dia de janeiro a setembro, 135 mil barris a menos do que em iguais meses de 2017. Já a de derivados subiu no mesmo período, de 158 mil barris para 181 mil barris. No terceiro trimestre houve queda na venda internacional de petróleo, de 429 mil barris no segundo trimestre para 322 mil barris no terceiro. A exportação de derivados subiu de 162 mil barris para 189 mil barris no mesmo período.
A companhia informou que houve redução no saldo positivo da sua balança comercial de petróleo devido à menor produção. Na somatória de petróleo e derivados, a exportação líquida (exportação descontada a importação) foi de 272 mil barris por dia de janeiro a setembro, contra 385 mil barris diários nos nove primeiros meses de 2017. “A redução no saldo líquido de exportação de derivados decorre do aumento das importações, principalmente de diesel, devido ao aumento do market share e da demanda”, explicou a empresa.
O lucro líquido da empresa de janeiro a setembro aumentou 371% sobre o mesmo período do ano passado, impulsionado principalmente pelas maiores margens nas vendas de derivados no Brasil e no mercado externo, por causa do aumento nas cotações internacionais de petróleo e da depreciação do real frente ao dólar. A companhia também teve aumento nas vendas de diesel, com ganho de participação de mercado, menores despesas em função de controle de gastos, e redução de despesas com juros em função do decréscimo da sua dívida.
O lucro líquido no terceiro trimestre somou R$ 6,6 bilhões, bem superior aos R$ 266 milhões obtidos em iguais meses do ano passado, mas foi 34% menor do que no segundo trimestre do ano. O mercado esperava resultado melhor no terceiro trimestre e, em função disso, as ações da companhia estavam em queda nesta terça-feira.