Isaura Daniel
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São Paulo – A delegação de empresários sauditas que esteve no Brasil na última semana deixou o país no sábado (26) bem impressionada com o potencial econômico local. A informação é do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, que acompanhou as atividades do grupo em São Paulo, Distrito Federal e no Rio de Janeiro, de onde o grupo partiu para a Argentina no final de semana. "Eles disseram que não imaginavam que o Brasil fosse deste potencial", afirmou Alaby.
O grupo teve, entre segunda-feira (21) e sexta-feira (25) atividades como rodadas de negócios com empresários brasileiros e encontros com lideranças da área. De acordo com o secretário-geral da Câmara Árabe, vários setores chamaram a atenção do grupo, como o alimentício, as energias alternativas, o de equipamentos, petróleo, ar condicionado e construção. "Eles ficaram bem impressionados com estes setores", disse Alaby. Também elogiaram a educação do povo brasileiro.
A última atividade do grupo no Brasil foi uma rodada de negócios na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), na capital fluminense. Participaram do encontro ao redor de 60 empresários do Rio de Janeiro de setores como arquitetura, decoração, tecnologia da informação, tecnologia de alimentos, têxtil, tecnologia para reciclagem de materiais, cosméticos, iluminação, serviços de engenharia, autopeças, produtos veterinários, rações, mármores, granitos e alimentos como frutas e doces.
"Há muito potencial a desenvolver. A Arábia Saudita é exportadora de petróleo e o Brasil tem muito a oferecer para eles", disse à ANBA o gerente geral do Centro Internacional de Negócios da Firjan, Caio de Mello Franco. "O Brasil pode fornecer de tudo para a Arábia Saudita, o país importa o que o Brasil produz, desde bens de consumo até máquinas e equipamentos", disse.
As exportações do Rio de Janeiro para os sauditas já vêm aumentando. Elas passaram de US$ 199 mil nos quatro primeiros meses do ano passado para US$ 6,8 milhões no mesmo período deste ano. A maior parte do valor – US$ 6 milhões – se refere a vendas de isoladores elétricos. As empresas fluminenses também venderam aos sauditas, no período, produtos como derivados de leite e granitos. No ano passado, as exportações também aumentaram em relação ao 2005. Saíram de US$ 3 milhões para US$ 6,3 milhões em 2006.
As importações brasileiras da Arábia Saudita também estão crescendo. Elas passaram de US$ 361,3 milhões nos quatro primeiros meses de 2006 para US$ 459,4 milhões no mesmo período deste ano. Quase a totalidade do valor se refere a petróleo. No ano passado inteiro, os fluminenses importaram dos sauditas US$ 895,7 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento.
Na Firjan, a delegação foi recebida por Caio de Mello Franco, pelo diretor do Centro Internacional de Negócios da federação, Amaury Temporal, e o vice-presidente da entidade, Carlos Mariani. A viagem dos sauditas ao Brasil foi organizada pela Câmara Árabe com o apoio da embaixada da Arábia Saudita em Brasília.