São Paulo – Os preços da indústria no Brasil registraram em novembro sua maior queda desde janeiro de 2014, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgado nesta sexta-feira (04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas” – sem impostos e frete – de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação. O IPP teve recuo de 1,54% em novembro, resultado inferior ao de outubro (-0,68%). Já em novembro de 2017, o resultado foi positivo em 1,4%.
Entre as atividades analisadas, 13 tiveram variações negativas de preços em novembro. As que tiveram maiores diferenças para cima ou para baixo de outubro para novembro de 2018 foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-7,23%), outros produtos químicos (-4,18%), impressão (2,65%) e produtos de metal (-2,03%). No acumulado de janeiro a novembro de 2018, o IPP subiu 11,47%.
De acordo com o IBGE, o impacto nos preços do refino de petróleo foi o maior desde janeiro de 2010 (início da série). “O preço do óleo bruto extraído caiu, o que reduz os custos de refino e influencia toda a cadeia de produção. O óleo diesel, que tem o maior peso no refino, ficou mais barato. Além disso, a nafta, que é matéria-prima fundamental para a indústria química, também teve redução de preços”, afirmou o gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, em nota divulgada pela instituição.
Outro ponto é a variação do dólar no período analisado pelo IPP, que subiu em outubro e sofreu pequena queda em novembro. “Isso barateou as importações de elementos que participam do processo de refino, o que diminuiu ainda mais os custos”, informou Brandão.
Outros setores como o da metalurgia, comparando os preços de novembro contra outubro de 2018, a queda foi de 0,06%. A indústria química teve uma variação média de preços, em relação a outubro, de -4,18%. Já a atividade de máquinas e equipamentos registrou 1,59% de variação de preços positiva em novembro frente a outubro. E o setor de alimentos, em novembro, registrou queda de 1,24%, a quinta variação negativa da série no ano e a segunda mais intensa.