Brasília – Depois de 18 dias de protesto contra o governo do Egito, o presidente do país, Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou nesta sexta-feira (11) ao cargo. Ele passou quase três décadas no poder. A decisão foi anunciada em um comunicado na rede estatal de televisão.
Após o anúncio de Mubarak, os manifestantes reunidos na Praça Tahrir, que virou uma espécie de símbolo para as manifestações no Egito, e em vários locais do país comemoraram. Os manifestantes prometeram intensificar os protestos, caso Mubarak insistisse em se manter no cargo.
Autoridades egípcias confirmaram que Mubarak e a família deixaram o Cairo, pela manhã, em direção ao resort de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho. O resort fica a 250 quilômetros do Cairo. Helicópteros foram vistos deixando a residência oficial do presidente na manhã desta sexta-feira.
O governo de transição no Egito vai ser comandado pelo Conselho Supremo das Forças Armadas. Ao anunciar que também vai deixar o governo, o vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, disse que o processo de transição será rápido. Ele, no entanto, não forneceu detalhes de como será a passagem para o regime democrático.
Pela manhã, o Conselho Supremo das Forças Armadas se reuniu, sem as presenças de Mubarak e Suleiman, e manifestou apoio aos protestos das ruas contra o governo. Porém, manteve o tom de neutralidade.
Os militares, nos últimos dias, assumiram uma posição mais próxima aos manifestantes. Foi evitada a violência nas ruas e reações de críticas aos oposicionistas.
Os manifestantes querem garantias de que as eleições serão realizadas seguindo orientações de observadores internacionais. Em setembro, haverá eleições presidenciais no Egito e também para a escolha dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, que será responsável por mudanças na Constituição egípcia.