São Paulo – A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) estão em processo de identificação de companhias estrangeiras interessadas em formação de joint-ventures com empresas brasileiras fornecedoras de produtos para a indústria do petróleo. As duas entidades levam adiante desde a metade do ano passado um projeto com o fim de fomentar essas uniões e com isso aumentar as possibilidades de suprimento nacional para o setor de petróleo e gás.
De acordo com o superintendente da Onip e responsável pelo projeto, Bruno Musso, foram selecionadas 21 indústrias brasileiras para participar da iniciativa. Uma ação em direção às estrangeiras vai acontecer durante a feira Offshore Europe, que ocorre de 08 a 11 de setembro na cidade de Aberdeen, na Escócia. Na semana seguinte à mostra, lideranças do projeto brasileiro vão se encontrar com empresários britânicos para conversas.
No total estão previstas sete ações no exterior para identificação de empresas estrangeiras, de acordo Musso. Nem todos os encontros serão ligados a feiras, alguns serão em viagens ou missões apenas focadas nas reuniões. Outras três também vão acontecer na Europa, duas na América do Norte, provavelmente nos Estados Unidos, e uma na Ásia. Entre os asiáticos, a Onip e a Apex estão de olho principalmente no know-how em peças para navios, as navipeças.
Musso afirma que neste primeiro momento não está prevista ação no Oriente Médio. O projeto dura até metade do ano que vem. Mas o executivo gostaria que a iniciativa se tornasse um programa permanente e, se isso ocorrer, serão consideradas outras regiões. “Não tem como ir a todos os mercados agora”, diz.
Segundo o superintendente, porém, o projeto está aberto a candidaturas de empresas de qualquer origem, desde que estejam interessadas em joint-ventures e não apenas parcerias para representação comercial ou distribuição de produtos.
Musso lembra que as parcerias comerciais são importantes para o mercado, mas não têm relação com o trabalho da Onip. A instituição tem como objetivo promover a competitividade da indústria nacional. O superintendente afirma que boa parte dos produtos necessários para a indústria de petróleo e gás que não existem no Brasil são os de maior valor agregado. Por isso a parceria da Apex e da Onip nesta direção.
A meta é que por meio das joint-ventures empresas brasileiras possam, por exemplo, fabricar tecnologia estrangeira sob licença. “Agregando conteúdo local a algo que era zero”, diz Musso. Entre as brasileiras selecionadas para o projeto, relata o superintendente, algumas têm estrutura moderna, mas não têm engenharia própria. O foco dos negócios deve ser o fornecimento para a indústria brasileira e não para exportação.
A parceria entre a Apex e a Onip foi assinada na metade de 2014. Foram feitos, então, roadshows para apresentação da estratégia em oito federações de indústria, principalmente nas que mantêm uma densidade maior de empresas. Depois as companhias que participaram responderam questionários pela internet, pelos quais foi feito um primeiro filtro. Desta avaliação restaram 35 empresas, que foram visitadas uma a uma, primeiramente para encontros com a direção e depois para conhecimento da fábrica, instalações, equipamentos, nível de capacitação, entre outras verificações. Delas, foram escolhidas 21 indústrias.
As empresas selecionadas produzem uma variedade grande de produtos, mas a maior parte é do setor metal-mecânico. Também há companhias de eletroeletrônicos. Mas o foco não é em serviços e sim em manufaturas. As empresas já são fornecedoras do setor e foram avaliadas por suas competências. “Fomos muito criteriosos, não vamos apresentar qualquer empresas para os estrangeiros”, diz. Como parte do projeto, as estrangeiras entram no mercado brasileiro de forma mais segura, com o respaldo da Onip e da Apex, acredita Musso.
O projeto vai identificar possíveis joint-ventures e colocar as duas partes em contato. Isso deve ocorrer num processo final. “E vamos torcer para que se casem”, finaliza Musso. Apesar do setor de petróleo viver uma fase complicada de preços baixos, o superintendente afirma que esse mercado pensa em longo prazo.
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