São Paulo – A proximidade da data da Gulfood com o Ramadã, período sagrado do islamismo, deve acelerar os negócios com gado na feira que começou nesta segunda-feira (19) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com presença brasileira. A percepção é do diretor da empresa AgroExport, Alexandre de Castro Cunha Carvalho, que participa na mostra como expositor em espaço organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Na foto acima, estande da AgroExport (na esquina à direita) nesta edição.
O Ramadã deve começar neste ano em 10 de março e terminar em 08 de abril (a data pode variar porque segue o calendário lunar), ou seja: está a 21 dias do início e a 50 dias do seu encerramento. No ano passado, a Gulfood e o Ramadã tiveram entre eles mais um de mês. Durante o período sagrado, os muçulmanos jejuam durante o dia, mas fazem refeições coletivas e celebrativas ao cair do sol, aumentando a demanda por alimentos em seus países.
Carvalho relata que normalmente na Gulfood é feita apenas a manutenção dos contatos e do relacionamento com os clientes da AgroExport, mas na edição deste ano acredita que será diferente. “Devido ao Ramadã ser mais próximo, a gente deve fechar negócios agora na feira”, afirmou ele por telefone para a reportagem da ANBA.
A AgroExport é uma trading brasileira que trabalha principalmente com exportação de gado vivo. A sede fica no município mineiro de Uberaba, mas a maior parte da operação está concentrada no estado do Pará, de onde são originários quase todos os animais exportados e onde eles são embarcados, pelo Porto de Barcarena.
O gado exportado tem como fim principalmente a engorda e o abate, mas também são fornecidos animais para genética. Segundo Carvalho, os grandes mercados da empresa são os árabes Iraque, Jordânia, Líbano e Egito, além de Turquia. De acordo com ele, entre as razões para que os países muçulmanos optem por comprar gado vivo estão a possibilidade de que eles mesmos façam o abate halal e a preferência por manter o boi do que a carne congelada.
Associada da Câmara Árabe, a AgroExport participa da Gulfood há cinco anos. Carvalho afirma que se trata de uma feira muito interessante e que já é praxe no mercado que clientes e fornecedores se encontrem na mostra. No primeiro dia de exposição, nesta segunda-feira, ele disse que encontrou clientes antigos e novos. Carvalho acredita que na Gulfood fechará negócios com os mercados que já atende.
O espaço organizado pela Câmara Árabe conta com 11 empresas. Há mais brasileiros, no entanto, participando da Gulfood, tanto em estandes individuais como em espaços organizados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e entidades como Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).