São Paulo – O emirado de Ras Al Khaimah poderá ter uma vila de empresas brasileiras e latino-americanas em sua zona econômica. Executivos da Ras Al Khaimah Economic Zone (Rakez) apresentaram a empresários do Brasil nesta terça-feira (29), em São Paulo, as possibilidades de investimento em áreas supervisionadas pela Rakez. Ela é o órgão do governo do emirado que controla a Zona Franca de Ras Al Khaimah (RAK FTZ) e a Autoridade de Investimentos local (Rakia).
O diretor comercial da Rakez, Izzat Barakat, e o gerente de Desenvolvimento de Negócios, David Zabinsky, estão no Brasil desde o final de semana para uma série de atividades e, de acordo com entrevista de Barakat à ANBA, essa visita dará início às conversas sobre a possibilidade de uma área dedicada a empresas brasileiras. Segundo o diretor comercial, é preciso companhias do Brasil interessadas em abrir negócios na zona para a implementação. Os dois falaram em evento da Rakez na Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
De acordo com dados apresentados por Zabinsky na sede da Câmara Árabe, a Rakez já abriga 16 companhias brasileiras, principalmente dos setores de consultoria, gestão e de negócios esportivos. No total, 13 mil companhias mais de 100 países estão instaladas na zona econômica. Destas, 22,7% são da Índia,7,4% do Reino Unido, 5,5% dos Emirados Árabes Unidos, 5% da Síria, 5% do Paquistão, 4,1% da França, 3,5% do Egito, entre outros países.
A Rakez propõe que as empresas se instalem em suas áreas e dali façam negócios não apenas nos Emirados, mas com o mundo, já que a região dispõe de várias facilidades de logística, como portos de primeira linha. A zona econômica oferece diversos modelos de investimentos para empresas, entre eles o mais básico, o Flexi Facilites, com facilidades como a licença comercial, visto e escritório compartilhado, ao custo de US$ 3.675 ao ano.
Outra opção é a Offices, com escritórios a partir de 12 metros quadrados, a partir de US$ 6.700 anuais. Elas podem escolher ainda outras opções, como ter um local de armazenamento e linha de montagem na zona econômica ou mesmo arrendar terrenos para a construção da sua fábrica no local. Os terrenos são arrendados a partir de US$ 4,9 o metro quadrado.
A Rakez quer atrair empresas do Brasil, independentemente de ter uma vila voltada exclusivamente para elas. “Queremos que investidores brasileiros gerem mais receita e expandam seus negócios em todo o mundo”, afirmou Barakat. Ele ressaltou aos empresários a flexibilidade e a possibilidade de personalização na instalação do negócio, além do baixo custo.
Zabinsky destacou que o emirado de Ras Al Khaimah tem uma economia diversificada, com apenas 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) dependendo do setor de hidrocarbonetos. A zona econômica garantiu fornecimento para obras importantes dos Emirados, como vidro para o Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo, e pedras para a ilha artificial The Palm Jumeirah.
Além dos dois executivos da Rakez, também o encarregado de negócios do Consulado Geral dos Emirados em São Paulo, Mohamed Abdelrahim Al Naqbi, falou no evento na Câmara Árabe. Ele ressaltou que os Emirados são um país aberto que incentiva o investimento internacional. De acordo com o cônsul, o país tem leis que protegem os investidores. Ele lembrou que o crescimento das relações entre Brasil e Emirados resultaram recentemente na instalação de um escritório da Câmara de Comércio e Indústria de Dubai (Dubai Chamber) em São Paulo.
Na abertura do encontro, o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, falou que o evento faz parte das ações da entidade para o aumento das relações do Brasil com os países árabes. “Todos sabem das oportunidades que há para os produtos brasileiros nos países árabes”, disse Hannun, ressaltando a oportunidade apresentada pela Rakez.
Em entrevista, ele disse que a apresentação sobre a Rakez é coerente com o momento atual, em que as empresas brasileiras estão buscando alternativas no exterior. Segundo o presidente, o objetivo da Câmara Árabe é ter cada vez mais esses eventos para mostrar essas alternativas para os empresários brasileiros. O diretor geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, acrescentou que eventos como o da Rakez informam os associados sobre as possibilidades de produzir, promover ou exportar produtos através de zonas francas.
O diretor da Câmara Árabe, Mohamad Orra Mourad, ressaltou o fato de a Câmara Árabe ser procurada pela Rakez para realizar o evento e para buscar clientes para os seus negócios. “É mais uma entidade do mundo árabe que procura a Câmara Árabe para abrir as portas no Brasil”, disse o diretor.
De acordo com ele, a apresentação abre os olhos do Brasil ao fato de que os Emirados, um país pequeno em termos territoriais e de população, tem duas ou mais zonas francas, enquanto o Brasil só tem uma. “A zona franca é fundamental para fomentar o crescimento e o intercâmbio de bens e serviços do país com o resto do mundo, árabe ou não”, disse.
Também participaram do encontro o presidente do conselho de administração da Câmara Árabe, Walid Yazigi, e o diretor Wiliam Atui. Cerca de 80 pessoas assistiram ao evento.
A apresentação será realizada também em Belo Horizonte, no dia 31, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Na ocasião, além da apresentação da Rakez, o diretor-geral da Câmara Árabe fará uma palestra sobre como negociar com os países árabes.
Serviço
Venha fazer negócios no mundo árabe
Dia 31 de agosto (quinta-feira), das 09 às 12 horas (seminário) e das 13 às 16 horas (atendimentos individuais com agendamento prévio), na Federação da Indústrias do Estados de Minas Gerais (Fiemg)
Avenida do Contorno, 4.456, 3º andar, Funcionários, Belo Horizonte, MG
Mais informações: (31) 3263-4734 / 4725 ou pelo e-mail pcomercial@fiemg.com.br
Inscrições: https://goo.gl/Cuhwg2