Emirates News Agency
Dubai (Emirados Árabes Unidos) – Um forte crescimento econômico está impulsionando o setor não-petrolífero de Dubai, que cresceu 23% em 2003, para US$ 68,6 bilhões, ante US$ 55,6 bilhões em 2002, informou o jornal árabe Gulf News, citando informações publicadas pela Ports, Customs and Free Zone Corp (PCFC).
Em termos de volume, o setor não-petrolífero dos Emirados cresceu 9,6%, passando de 27,59 milhões de toneladas em 2002 para 30,26 milhões no ano passado.
Este sucesso comercial dos Emirados se deve às suas linhas marítimas e aéreas, além de seu modelo de zonas de livre comércio extremamente eficiente, transformando o país em um centro comercial e de transbordo (passagem de mercadorias) na região, explicam analistas.
Como ocorre com o Aeroporto Internacional de Dubai, usado por passageiros regionais e internacionais como destino final, e também para trânsito, os três portos de Duabi – Jabel Ali, Raschid, Hamriya – são utilizados por toda a região como centro de reexportação.
As importações representaram 20,59 milhões de toneladas, totalizando cerca de US$ 44,8 bilhões, enquanto exportação e reexportação foram responsáveis pelo restante, 9,67 milhões de toneladas, ou cerca de US$ 23,8 bilhões.
Em 2002, as importações representaram US$ 36,4 bilhões, ou 65% do volume de comércio não relacionado ao petróleo. No ano passado a razão permaneceu igual. As importações representaram cerca de 65% do comércio total, sugerindo forte demanda interna devido ao desenvolvimento do país. A população de Dubai também tem crescido fortemente nos últimos anos devido à maior procura por mão-de-obra.
A explosão do mercado imobiliário do país e seu crescente turismo estão impulsionando o setor de construção civil, que importa trabalhadores do Sul da Ásia, Indonésia, e China. Cerca de 250 novas edificações, entre hotéis e prédios residenciais e comerciais, estão em diferentes fases de construção em Dubai. Todos estes fatores indicam grande expansão da economia, aumentando a demanda interna.
O volume do comércio direto é de 22,06 milhões de toneladas, a zona de livre de comércio movimenta cerca de 8,03 milhões de toneladas, e 161.531 toneladas foram geradas por comércio de mercadorias em depósitos aduaneiros.
No ano passado, a Dubai Ports Authority (DPA), controladora da alfândega, registrou um crescimento de 23% no volume de cargas passando pelo país, movendo 5,15 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), contra 4,19 milhões de TEUs em 2002.
Destinos
Os maiores destinos das cargas de Dubai no ano passado foram Irã (2,08 milhões de toneladas), Kuwait, (1,82 milhões), Arábia Saudita (1,69 milhões), Índia (1,09 milhões), e Paquistão (649,223). Estes dados confirmam Dubai como importante centro comercial na região, pois todos estes países estão geograficamente próximos do emirado.
Além disso, a criação da União Aduaneira do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC – sigla em inglês), que entrou em operação no dia 1º de Janeiro do ano passado, deve elevar a quantia de produtos que passam pelo emirado com destino a estados vizinhos.
Com a estabilização do Iraque, grande parte das mercadorias do país deve começar a passar por Dubai. Atualmente a Jordânia, Kuwait e a Arábia Saudita estão sendo responsáveis pelas exportações do Iraque, devido às suas fronteiras com o país em guerra. Entretanto, o comércio informal entre Dubai e Iraque tem crescido muito.
De acordo com o DPA, o total de cargas transportadas no ano passado cresceu 23%, subindo para 63,62 milhões de toneladas ante os 51,83 milhões de 2002. O transporte de alimentos cresceu 10%, alcançando 8,83 milhões de toneladas no ano passado comparado com 7,99 milhões de toneladas em 2002, enquanto madeira e produtos em madeira cresceram 23%, alcançando 1,75 milhões de toneladas, ante 1,43 milhões no ano anterior.
O comércio de metais teve aumento de 24%, alcançando 4,34 milhões de toneladas, contra os 3,5 milhões de toneladas em 2002. Neste total estão inclusos 3,53 milhões de toneladas de ferro e aço que foram importados no ano passado, demonstrando a força do mercado de construção.
Do total de 63,62 milhões de toneladas que passaram por Dubai, o petróleo representou cerca de 12,61 milhões de toneladas, ou cerca de 20% do total. Em termos de valores, o comércio total no ano passado foi US$ 68,6 bilhões, incluindo cerca de US$ 41,7 bilhões em comércio direto e US$ 2,09 bilhões em comércio de produtos em estoques aduaneiros.
O restante, cerca de US$ 24,8 bilhões, foi gerado por empresas baseadas nas zonas de livre comércio de Dubai. As zonas de livre comércio estão sendo cada vez mais úteis para Dubai.
O comércio gerado por empresas localizadas na zona de livre comércio em Dubai representou 36,22% do total do comércio não relacionado ao petróleo, valor maior do que os 34,76% de 2002. Entre as zonas de livre comércio de Dubai, Jebel Ali Free Zone (Jafz) hospeda mais de 3.000 empresas, enquanto as outras juntas hospedam cerca de 1.500.