Parauapebas, Pará – O sudeste do Pará é marcado pela simplicidade. Uma das portas de entrada da Amazônia para quem vem do Sudeste do Brasil por terra, a região próxima à fronteira com o Tocantins é uma sucessão de fazendas de gado, matas esparsas e pequenas cidades. Foi por lá que a reportagem da ANBA chegou ao estado na noite de segunda-feira (04) como integrante da Jornada E.torQ Amazônia, viagem de carro de São Paulo à Amazônia Paraense organizada pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros.
O grupo entrou no Pará por Conceição do Araguaia, "Portal da Amazônia", segundo placa colocada na entrada da cidade. Depois seguiu para Redenção, subiu para o norte até Eldorado dos Carajás e se dirigiu a oeste para Parauapebas, próxima à Serra dos Carajás, onde a Vale explora minério de ferro em uma das maiores minas do mundo, e à Serra Pelada, que no passado foi o maior garimpo a céu aberto do mundo.
Ao cruzar o Rio Araguaia de Tocantins ao Pará, a piora das condições das rodovias é sensível. Embora as principais estradas da região sejam asfaltadas, são esburacadas e, em alguns locais, a pavimentação é inexistente. O tráfego, porém, não é pesado, então é possível dirigir sem grandes sustos.
As fazendas ocupam boa parte da paisagem e acampamentos de trabalhadores sem terra são facilmente encontrados à beira das rodovias. As estradas têm poucas curvas e às vezes se tem a impressão de que parecem um longo tapete desenrolado sobre as colinas. Faz forte calor, mas quando se entra em uma área de vegetação mais densa, o ar logo se torna mais fresco.
Um dos principais meios de transporte é a motocicleta, tanto para homens quanto para mulheres. Os municípios da região lembram cidades da Ásia, onde os veículos de duas rodas cruzam de um lado para o outro de forma caótica, demandando atenção redobrada do motorista.
De todas as cidades por onde a reportagem passou até o momento, Parauapebas é de longe a mais movimentada. A equipe chegou ao município no final da tarde desta terça-feira, após quase três mil quilômetros de estrada, e foi difícil encontrar um hotel que não estivesse lotado. Funcionários da Vale e de outras empresas ligadas ao setor de mineração estão por todos os lados, o que é fácil notar pelos uniformes e veículos com os logotipos das companhias.
Há um contraste grande entre Parauapebas e outros núcleos urbanos da região, pois a primeira é melhor urbanizada e o comércio é visivelmente mais forte, clara influência das atividades de uma grande empresa na região.
As eleições nacionais de domingo eram o assunto ainda na noite de segunda. Em Pequizeiro, em Tocantins, os correligionários de um deputado eleito promoviam uma grande carreata para comemorar a vitória. Em Redenção, já no Pará, os frequentadores da churrascaria Boi na Brasa – o churrasco é prato típico da região – comentavam os resultados do pleito e a garçonete Amanda lamentava que nenhum candidato da cidade foi eleito deputado.
A Jornada E.torQ Amazônia tem patrocínio da Fiat, Goodyear e Tesacom.