Brasília – O Brasil contabiliza 8.863 refugiados de 79 nacionalidades. De acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (10) pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça (MJ), o maior número continua a ser de sírios, que somam 2.298 refugiados reconhecidos. Em segundo lugar estão os angolanos, com 1.420, seguidos de colombianos (1.100), congoleses (968) e palestinos (376).
A liderança da Síria nesse ranking se deve à guerra civil no país, que levou quase 5 milhões de pessoas a buscar refúgio em outras nações.
Nos últimos cinco anos as solicitações de refúgio no Brasil cresceram 2.868%, passando de 966 casos em 2010 para 28.670 em 2015. Segundo o MJ, mais de 80 mil solicitações de refúgio foram feitas no Brasil desde 2010. A absoluta maioria (64.941) foi feita por homens, 80,8% do total.
As faixas etárias mais comuns são as de pessoas economicamente ativas. Foram 40.369 solicitações (48,7% do total) na faixa de 18 a 29 anos e 39.081 na faixa de 30 a 59 anos (47,1% do total). As solicitações foram feitas majoritariamente por haitianos, senegaleses, sírios, bengaleses e nigerianos.
De 2010 a 2016 houve aumento de 127% no total de refugiados reconhecidos no Brasil. “Esperamos que [essa tendência] seja mantida como uma política de Estado, de abertura do Brasil aos refugiados do mundo. Esperamos que se dê continuidade. Se o Brasil quiser protagonismo em questões estratégicas, precisa dar sua contribuição para o combate a esse problema. Por isso, em meio a essa que é a pior crise humanitária dos últimos anos, temos adotado essa postura de mostrar disposição em receber refugiados”, afirmou o ministro da Justiça, Eugênio Aragão.
De 2010 a 2015, o ano de 2014 foi o que registrou o maior número de análises de pedidos de refúgio. Foram decididos 2.414 processos, praticamente o dobro do ano anterior (1.293 em 2013). No ano passado, 1.667 processos foram julgados.
O relatório mostra uma redução bastante sensível do total de solicitações pendentes, que caíram de 48.217 em 2014 para 25.222 em 2015. Esta queda, segundo o ministério, se deve principalmente à regularização migratória de haitianos no Brasil.