Marina Sarruf
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São Paulo – O presidente da empresa sudanesa Double M Engineering, de engenharia de desenvolvimento, Rafieg Faig Obied, esteve em São Paulo na semana passada em busca de parcerias com construtoras brasileiras para reconstruir a Universidade de Juba, cidade localizada no Sul do Sudão. “Escolhemos o Brasil porque achamos que o país tem boa tecnologia e preço competitivo”, disse o empresário.
Com o auxilio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Obied e seu parceiro Ahmed Elnur Ahmed, gerente-geral da trading Green Fields, visitaram algumas empresas como a Hochtief do Brasil, de construção; a Soufer Industrial, de estruturas metálicas; a Conex Furniture Brazil, consórcio exportador de móveis residenciais; e a Caio Induscar, de carrocerias de ônibus.
De acordo com Obied, a primeira fase da obra da universidade atenderá mil estudantes. O projeto inclui a construção de salas de aulas, de leitura, laboratórios, bibliotecas, dormitórios para professores e alunos, refeitórios e lanchonetes. São mais de 15 mil metros quadrados. “Também buscamos parcerias em transferência de tecnologia, investimentos e bolsas de estudos”, disse Obied.
O empresário disse que essa primeira visita ao Brasil foi para estabelecer contatos com empresas brasileiras. Em janeiro do próximo ano, segundo ele, o vice-chanceler da Universidade de Juba, Sabrino Barnaba Frag Allá, e o diretor Eltayib Wani Sule Lado, junto com outros diretores, virão ao Brasil para avaliarem as empresas.
Segundo Obied, a Universidade de Juba foi construída em 1977, mas com a guerra civil foi transferida para Cartum, a capital do país. A universidade começou com cinco faculdades e chegou a ter 16 cursos. Com o Acordo de Paz Abrangente estabelecido no país, o governo quer levar a universidade de volta para sua sede original.
Sudão
O país árabe está localizado no Norte da África entre o Egito e a Eritréia. Com uma população de 37 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 39,7 milhões, o país tem o maior território do continente africano. A principal base econômica do país é a agricultura, que emprega 80% da população. Os principais produtos do Sudão são algodão, amendoim, sementes de gergelim e goma arábica, segundo dados do site da Câmara Árabe. O ramo de petróleo está em ascensão por lá.
De janeiro a outubro desse ano, as exportações brasileiras para o Sudão somaram US$ 39,3 milhões. Os principais produtos embarcados foram açúcar, tratores, máquinas agrícolas, leite em pó e fumo. Já as importações brasileiras do país árabe renderam US$ 52 mil no mesmo período. Plantas para perfumaria e goma arábica foram os principais produtos.