São Paulo – A primeira evidência da presença de tartarugas-oliva nos Emirados Árabes Unidos foi anunciada nesta terça-feira (16), pela Autoridade Ambiental e de Áreas Protegidas de Sharjah (EPAA). A notícia é da Agência de Notícias dos Emirados (WAM).
A espécie é classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A tartaruga-oliva ou tartaruga-olivacea é a segunda menor das seis espécies de tartarugas marinhas, e a mais abundante. Ela mede cerca de 60 centímetros e pesa cerca de 65 quilos.
Um filhote de tartaruga foi recentemente observado e fotografado rastejando em direção ao mar na praia de Kingfisher Retreat, em Khor Kalba, na costa leste de Sharjah, segundo um anúncio da autoridade ambiental (foto acima).
Kingfisher Retreat está situada na Área Protegida Alqurm, que abrange 500 hectares e inclui uma lagoa das marés, uma floresta de manguezais e uma praia que fica de frente para o Golfo de Omã.
A Área Protegida Alqurm, declarada Reserva Natural em 2012 pelo governante de Sharjah, Sultan bin Muhammad Al Qasimi, também abriga uma das aves mais raras do mundo, a subespécie local do martinho pescatore com colarinho.
Depois de receber uma fotografia do filhote de tartaruga, a Autoridade enviou uma equipe de inspeção para procurar evidências de desova. “A equipe localizou várias trilhas na parte central e superior da praia, levando-os a concluir que várias tartarugas eclodiram com sucesso e chegaram ao mar” disse a presidente da EPAA, Hana Saif Al Suwaidi, à WAM.
Até então, somente se sabia da reprodução de tartarugas-verde e tartarugas-de-pente nos Emirados. A tartaruga-oliva é encontrada em águas quentes e tropicais, principalmente nos oceanos Índico e Pacífico, mas também no Atlântico.
Estima-se que a população global total de fêmeas tenha caído para cerca de 2 milhões em 2004 para 850 mil em 2008. As ameaças contínuas incluem a coleta de ovos, a morte de adultos nas praias de desova, a captura em redes de pesca, ataques de embarcações e a ingestão de detritos marinhos.
A espécie é conhecida pelo comportamento de desova sincronizado em grandes números, conhecido como arribada. A maioria da população do Oceano Índico desova em praias na área de Odisha, no Leste da Índia.
No Brasil, a espécie é considerada em perigo, segundo classificação do Ministério do Meio Ambiente. A tartaruga-oliva faz aproximadamente 8.700 ninhos por temporada, e a área de desova está localizada desde o sul de Alagoas, passando por Sergipe, até o litoral norte da Bahia, segundo o projeto Tamar.