Alexandre Rocha
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São Paulo – A Latinex, trading do ramo de alimentos com sede em Curitiba, vai sair da Feira Internacional de Trípoli, que termina amanhã (12) na Líbia, com um horizonte positivo de negócios. O sócio-gerente da empresa, Eduardo Moraes, que está na mostra, disse à ANBA que pretende começar a embarcar produtos ao país árabe dentro de dois meses. "Estimo vendas de US$ 100 mil por mês numa perspectiva pessimista, pois há potencial para mais", afirmou.
Na feira, a Latinex está representando quatro companhias dos segmentos de biscoitos e balas, enlatados, leite e sucos. Segundo Moraes, há grande potencial na Líbia especialmente para a exportação de matérias-primas para a indústria de alimentos, como leite em pó, polpas de frutas e aditivos, além de produtos acabados como condimentos e sucos.
"É um mercado onde ainda são poucos os players, então é mais fácil ter acesso às boas empresas", afirmou o empresário. Na seara econômica a Líbia tem tido um crescimento expressivo por causa do alto preço do petróleo, o principal produto nacional, e no cenário político se reaproximou de potencias ocidentais, como Estados Unidos e União Européia, após anos de isolamento. "Há uma indústria que está começando", acrescentou Moraes.
Ele ressaltou que as mercadorias brasileiras, não só os alimentos, tiveram boa aceitação durante a feira, mas alertou para o fato de que outros fornecedores já estão presentes com preços competitivos, como Itália, Espanha, Turquia, Tunísia e Egito. Isto porque a Líbia não cobra imposto de importação sobre diversos produtos. "Há muita oferta dos mesmos itens, pois é um mercado que está no começo e inova pouco", disse.
A Feira Internacional de Trípoli é o primeiro evento que a Latinex participa no mundo árabe, embora ela já venda produtos para outros países africanos e esteja negociando embarques para o Iraque. A companhia exporta o equivalente a US$ 3 milhões por ano.
Moraes ressaltou, no entanto, que existe mercado amplo para outras mercadorias, como material de construção, móveis e objetos de decoração. Outra empresa brasileira que participou da feira é a Itatiaia Móveis, de Minas Gerais. O governo da Líbia, segundo informações do ministro da Infra-Estrutura, Abu Zeid Durdda, pretende investir US$ 5 bilhões em obras de infra-estrutura nos próximos cinco anos, além de cobrir um déficit habitacional de 500 mil moradias.
Câmara Árabe
A presença brasileira foi organizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que pela primeira vez tem um estande na Feira de Trípoli. De acordo com o analista de comércio exterior da entidade, Zein El Abdine, que está na mostra, os produtos mais demandados foram materiais e serviços de construção civil, materiais e serviços de prospecção de petróleo e alimentos. Até ontem, cerca de 160 pessoas fizeram contato com o estande da Câmara interessadas em algum tipo de informação comercial sobre o Brasil.
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