São Paulo – Os expositores tunisianos que estiveram esta semana na feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas) avaliam que o evento foi importante para abrir e expandir o mercado brasileiro para seus produtos, e também para que os brasileiros conhecessem melhor os alimentos produzidos na Tunísia. Eles participaram da mostra em estande organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
“Pretendemos voltar para a próxima edição porque acreditamos que temos que estar no mercado permanentemente. Temos que investir tempo e dinheiro no mercado. É um mercado enorme, de milhões de pessoas”, afirmou Mohsen Boujbel, presidente da Boudjebel S.A, empresa exportadora de tâmaras.
Sua companhia exporta tâmaras ao Brasil desde 1997. “Tivemos contatos muito bons, prospectamos bastante e esperamos que isso vá nos trazer bons resultados. Estamos otimistas” avaliou.
Ines Ben Ghorbal, gerente-geral da Carthagenna International Trading, participou pela primeira vez da feira paulistana. “Minhas expectativas são muito grandes de fechar negócios com contatos que fiz na Apas”, revelou. Sua empresa comercializa alimentos como cuscuz, azeite de oliva e chamiah, um doce típico da Tunísia, feito de pasta de gergelim e frutas secas.
Ela contou que pretende voltar ao evento, agora que conhece melhor o mercado nacional. “Com certeza, gostaria de retornar, com mais experiência, agora entendendo melhor a mentalidade do produtor e do consumidor brasileiro. Tenho certeza que vou voltar, não apenas com os produtos básicos, mas com uma gama de produtos tunisianos para vender aqui”, destacou.
Pela segunda vez na feira da Apas, Kamel Fhoula, gerente comercial para a América do Sul da Midcom International, avaliou que esta edição foi melhor que a do ano passado. “Este ano tivemos contatos com nomes que não são tão conhecidos no mercado nacional, mas mais em sua região, como em Goiás, no Nordeste e no interior de São Paulo”, disse.
Para ele, é importante fazer com que o nome da Tunísia fique conhecido entre os brasileiros como produtor de alimentos. “Vemos que a marca Tunísia ainda não está bem divulgada no Brasil, o brasileiro não conhece. Tem muito trabalho para se fazer e divulgar a marca Tunísia. A maioria dos brasileiros não sabe que a Tunísia é o segundo maior produtor de azeite no mundo”, completou.
Degustação
Antes de ir para o último dia da Apas, que terminou nesta quinta-feira (07), os exportadores tunisianos, acompanhados de uma delegação de representantes do governo do país árabe, participaram de um almoço com jornalistas.
O objetivo era mostrar aos jornalistas os ingredientes e sabores típicos da Tunísia. O prato do dia foi cuscuz com carne de carneiro. Também foram servidos pães com azeite, tâmaras, vinhos e doces da Tunísia.
O preparo do cuscuz com carneiro não é rápido, leva até três horas, já que a carne de ovinos encontrada aqui no Brasil não tem a mesma maciez dos rebanhos tunisianos.
Os pratos foram preparados pelo chef Edmundo Issa, com a ajuda de duas tunisianas. Brasileiro de nascimento, Issa é descendente de sírios e libaneses. Trabalhando como chef há mais de 20 anos, ele também é professor de cozinha mediterrânea no curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi.
Assim, antes de comer, a reportagem da ANBA aproveitou para pegar algumas dicas de preparo do prato típico da região do Norte da África. “No Brasil, nós selamos a carne. Lá, elas colocam na panela sem selar”, contou, sobre a diferença de preparo das carnes entre as cozinhas brasileira e tunisiana. Selar a carne significa dourar sua superfície rapidamente.
Para o preparo do cuscuz também há um segredinho. “Na Tunísia, elas hidratam o cuscuz com água quente, sal e azeite. Saber hidratar o cuscuz é primordial. Vai se hidratando aos poucos”, contou.
Para quem quiser tentar, vale a pena. A carne fica macia e o sabor do cuscuz é de uma massa leve que fica bem soltinha dentro da boca. O vinho tinto tunisiano, de nome Magon, tem 12% de teor alcoólico e acompanha bem a refeição.