São Paulo – A mineradora brasileira Vale, o Porto de Sohar e a Empresa Nacional de Desenvolvimento de Investimentos de Omã, Tanmia, assinaram um memorando de entendimento para o desenvolvimento de um corredor logístico que permitirá a exportação de minérios extraídos e processados no país árabe. O acordo foi assinado no final de março. Ele cria o Corredor Logístico de Carga Seca Sohar e possibilita que a estrutura logística que, até então, era utilizada apenas pela mineradora brasileira, seja também utilizada por companhias locais.
“Atualmente, a Vale importa minério de ferro do Brasil e exporta pelotas e minério de ferro misturado. O principal objetivo do Corredor Logístico de Carga Seca Sohar é permitir imediatamente a exportação de minerais que são extraídos e processados em Omã aos mercados internacionais com preços competitivos. Nossa estratégia inicial era manter o terminal de águas profundas como exclusivo, mas, agora, o terminal será aberto para operações comerciais que permitirão às empresas locais usarem e exportarem por meio da infraestrutura da Vale e suas operações que foram estabelecidas em 2011”, explica a companhia em nota enviada à ANBA.
Segundo a mineradora, devido a uma excelente conectividade viária em Sohar e ao projeto de uma via férrea de carga, o acordo permite um apoio imediato ao fluxo de carga de minérios até o porto de Sohar. As instalações da Vale no país árabe possibilitam que navios com capacidade de transportar até 400 mil toneladas cada possam manobrar no porto omanita.
As operações da Vale na cidade de Sohar incluem uma planta de pelotização com capacidade de produção de nove milhões de toneladas de pelotas por ano e um terminal de águas profundas com capacidade de movimentação de 40 milhões de toneladas anuais, 20 milhões de importação e 20 milhões de exportação. De acordo com a nota da mineradora, o novo projeto irá aumentar a utilização da capacidade de exportação das atuais instalações.
A Vale informa que não haverá novos investimentos neste corredor. A estrutura da mineradora no país árabe, inaugurada há cinco anos, custou US$ 2 bilhões. A empresa brasileira continuará sendo a operadora do terminal de águas profundas no porto de Sohar.
“Por meio desse acordo, vamos aumentar a utilização de nosso terminal. Sobretudo, esse é um acordo de ganhos mútuos para todos os envolvidos: nossos investimentos em infraestrutura já existentes serão mais completamente utilizados, o que pode gerar mais renda e mais empregos, e nós poderemos ajudar a apoiar a diversificação de Omã além dos hidrocarbonetos, permitindo ao sultanato, que é rico em minérios, a competir em mercados globais com preços competitivos. Potencialmente, isso vai resultar em uma diminuição do custo por unidade, o que irá aumentar nossa margem”, completa a nota.