São Paulo – O governo brasileiro obteve do Egito uma medida que facilita a habilitação de plantas produtoras para exportar carnes ao país árabe. Em vez de autoridades egípcias emitirem as novas concessões e renovações de habilitações por meio de visitas presenciais, agora as autoridades brasileiras serão responsáveis pelo processo, trazendo a possibilidade de encurtar uma fila que atualmente tem cerca de 30 estabelecimentos em espera. Na foto acima, restaurante que serve carnes no Egito.
O Protocolo de Equivalência dos Sistemas de Inspeção de Carnes, conhecido como pré-listing, foi conseguido na terça-feira (13), com a confirmação da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Egito, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Por meio do protocolo, o Egito concede justamente ao ministério a autorização para habilitar estabelecimentos de carne bovina, de aves e suína a exportar ao seu mercado.
Segundo informações fornecidas à reportagem da ANBA pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o Egito tem se posicionado ao longo dos últimos anos consistentemente entre os seis maiores importadores de carne bovina do Brasil. “Detemos cerca de 40% do market share egípcio”, informa a pasta.
No setor de carne de aves, o Brasil é o principal fornecedor do Egito, com 91% do market share e tendência de crescimento nas exportações, segundo ministério. Em carne suína, apesar das exportações do Brasil não serem expressivas por causa das restrições da religião islâmica, o Brasil detém 100% do mercado, segundo a pasta. A carne suína não é consumida pela população islâmica, que é predominante no Egito.
O ministério informa que a aprovação do processo de pré-listing demostra a confiança do governo do Egito na qualidade do sistema sanitário brasileiro. “O procedimento conhecido como “pré-listing” atesta o alto nível de confiança no controle sanitário do Brasil, nomeadamente o Serviço de Inspeção Federal (SIF), cujo rigor é reconhecido por mais de 150 destinos que importam as carnes produzidas no nosso país”, informou o Mapa.
Segundo a pasta, o procedimento anterior das habilitações para o país árabe causava grandes despesas para os exportadores brasileiros, sobrecarregava os auditores fiscais federais agropecuários do Mapa durante as auditorias e, principalmente, limitava o número de estabelecimentos habilitados a exportar carnes, produtos cárneos e miúdos de bovinos, aves e suínos para o Egito.
“Esta chancela desburocratiza o acesso de novas plantas exportadoras de carnes ao mercado egípcio, dispensando a necessidade de auditorias ‘in loco’ no Brasil. Cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estão, desde 2019, na ‘fila de espera’ para serem habilitados”, informou o Mapa. A habilitação e renovação de estabelecimentos tem validade por um período de três anos. As empresas precisam atender aos requisitos sanitários egípcios para aprovação.