São Paulo – Após visitar a Síria e se reunir com autoridades locais, o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, afirmou nesta segunda-feira (27) que a comunidade internacional precisa ajudar os sírios a reconstruir seu país e retornar às suas casas. De acordo com dados do próprio Acnur, há seis milhões de refugiados sírios no mundo e 7,4 milhões de deslocados dentro da própria Síria. Desde setembro, 500 mil retornaram ao país. Desses, 200 mil voltaram após a queda do governo anterior.
Segundo informações do Acnur, Grandi disse que é preciso aproveitar “esta janela única de oportunidade” para ajudar o país a emergir de anos de crise. “Muitas famílias estão dando o passo corajoso de retornar para casa, ansiando por um futuro melhor, mas enfrentam dificuldades avassaladoras: casas destruídas e danificadas, infraestrutura destruída e pobreza generalizada”, afirmou o diplomata.
Ele disse que, para evitar novos deslocamentos no longo prazo, é preciso investir na criação de empregos, restabelecer serviços de energia elétrica e água limpa, restaurar a assistência médica e reconstruir escolas. Afirmou que o levantamento de sanções é fundamental para esse processo de recuperação.
Recuperação da Síria precisa de ação global
O Acnur informou que, junto com seus parceiros, está ampliando a ajuda humanitária. Isso inclui oferecer suporte legal e transporte a quem retorna voluntariamente de nações vizinhas ao país, ajudar na recuperação de casas danificadas, fornecimento de assistência em dinheiro e em itens essenciais, como colchões e roupas de inverno.
“O mundo deve agir agora para apoiar a recuperação da Síria. A cooperação entre países vizinhos, doadores e autoridades interinas sírias é essencial para trazer a paz e a estabilidade tão necessárias para a Síria e para toda a região”, afirmou Grandi.
Ele teve encontros com refugiados, visitou Aleppo, onde conversou com famílias, e teve encontro com as autoridades do país na capital, Damasco. Grandi se reuniu com o atual líder sírio, Ahmed Al-Sharaa.