São Paulo – A economia mundial deve avançar 3,9% neste ano e em 2019, segundo o Relatório Perspectivas da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira (17) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O documento prevê crescimento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano e de 2,5% em 2019. Para Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão, o organismo estima avanço de 3,4% em 2018 e de 3,7% no ano que vem.
O FMI destacou que o crescimento econômico mundial no ano passado foi o maior desde 2011 e que as economias avançadas vão crescer acima do potencial neste e no próximo ano. De acordo com o organismo, os países da zona do euro reduzirão o excesso de capacidade com políticas econômicas acomodatícias e EUA terá política expansionista com pleno emprego.
O organismo acredita que o crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento se firmará, com forte avanço na Ásia e Europa, e com modesta melhora entre os exportadores de commodities, após três anos de desempenho fraco.
O FMI afirma que a queda do preço dos metais desde 2011 e o colapso dos preços do petróleo em 2014 criaram uma divisória no desempenho das economias dos mercados emergentes que importam ou exportam matérias-primas.
O relatório destaca que economias grandes como Brasil e Rússia sofreram profunda recessão em 2015 e 2016. O documento cita também as recessões e desacelerações que enfrentaram países como Arábia Saudita e outros exportadores de petróleo do Oriente Médio e África Subsaariana, até a adaptação da política fiscal com vistas a recuperar a perda de receitas.
Olhando para o futuro, o FMI acredita que a melhora dos preços observados nas matérias-primas no segundo semestre de 2017 oferece aos exportadores de petróleo uma margem para consolidar seus saldos fiscais lentamente. O organismo percebe, porém, que as desavenças internas nestes países seguem representando um lastro para as economias.
Para as economias emergentes e em desenvolvimento o FMI prevê crescimento 4,9% em 2018 e de 5,1% em 2019, números puxados principalmente pela Ásia e as melhores perspectivas para exportadores de matérias-primas. A economia do Brasil deve crescer impulsionada por maior dinamismo do consumo interno e pelos investimentos.
No Oriente Médio, Norte da África, Afeganistão e Paquistão, mesmo que os preços do petróleo permitam melhora dos mercados internos entre os exportadores de petróleo, ainda há necessidade de ajustes fiscais para impulsionar o crescimento.
A projeção do FMI para crescimento da economia mundial neste ano é 0,2 pontos percentuais acima da estimativa feita em outubro do ano passado tanto para 2018 quanto para 2019. Mas concluídos os próximos dois anos, o crescimento global deve se atenuar, de acordo com o FMI.
A recuperação atual oferece uma janela de oportunidades para avançar em políticas e reformas que assegurem essa fase ascendente e melhorem o crescimento a médio prazo, em benefício de todos, disse o FMI. “Essas políticas deveriam estar centradas em assegurar as possibilidades de um crescimento mais forte e mais inclusivo”, diz o relatório do FMI.