São Paulo – O setor médico e hospitalar está em expansão nos países árabes e os produtos brasileiros podem se beneficiar deste aumento de demanda. As empresas brasileiras que atuam neste segmento estão investindo na certificação de produtos e na sua presença na região. Além disso, oferecem vantagens sobre os concorrentes.
De acordo com a coordenadora de promoção comercial da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Clara Porto, há um crescimento da demanda por produtos médicos e odontológicos nos países árabes devido à expansão do setor de saúde na região e ao lançamento de hospitais. “Trata-se de países com alto poder de compra e que passaram a investir no segmento da saúde nos últimos anos”, afirmou Porto à ANBA por email.
A promoção dos produtos brasileiros no exterior é feita por meio do projeto Brazilian Health Devices. Ele é organizado em parceria entre a Abimo e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Entre os dias 26 e 29 de janeiro, mais de 40 empresas participaram, em Dubai, da feira Arab Health. Na edição deste ano, foram fechados quase US$ 1 milhão em pedidos e a expectativa é que as vendas em decorrência da participação brasileira na feira somem US$ 21 milhões. No ano passado, as empresas encerraram a feira com expectativa de fechar US$ 18 milhões em negócios. Porto afirmou que o evento deste ano recebeu muitos clientes de Marrocos, Argélia, Tunísia e Egito, países que são “bons clientes” da indústria brasileira.
Além dos negócios que poderão ser realizados em consequência da Arab Health, as empresas brasileiras estão investindo na região. As companhias nacionais estão buscando obter os certificados CE e FDA. O primeiro segue determinações e padrões da União Europeia e o segundo, dos Estados Unidos. Muitos países adotam esses certificados como exigência para importar produtos médicos.
Os fabricantes nacionais têm também uma vantagem sobre a concorrência. “Os produtos brasileiros são de alta qualidade, e se mostram como uma opção custo-benefício. Não é um produto caro como o norte-americano, europeu ou japonês, mas é um produto de maior qualidade e confiabilidade do que muitos de origem asiática. Além disso, há uma empatia por produtos brasileiros, devido à aproximação cultural entre o Brasil e estes países”, afirma.
Outras ações em andamento são a promoção de um projeto de apoio ao novo exportador, que prevê que empresas ainda não internacionalizadas possam vender seus produtos ao Oriente Médio dentro de um a três anos. A Abimo tem um profissional na Turquia, que não é país árabe, com foco na exploração do mercado do Oriente Médio e também atua em parceria com o Centro de Negócios da Apex-Brasil em Dubai para apoiar as empresas que pretendem ter uma representação na região. Segundo os dados da Abimo, 15% das exportações brasileiras são destinadas ao Oriente Médio, número que pode crescer.