Marina Sarruf
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São Paulo – O mercado árabe é excelente, principalmente para carne brasileira. A afirmação foi feita ontem (11), em São Paulo, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, “É hoje o nosso terceiro maior mercado com possibilidade de expansão”, disse o ministro.
Stephanes assinou recentemente um acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira que tem como objetivo aumentar parcerias comerciais com os 22 países da Liga Árabe. A primeira ação conjunta vai ser a participação na Gulfood, feira de alimentos em Dubai, que vai contar com as presenças de mais de 30 empresas brasileiras.
Na mesma ocasião, representantes do ministério farão uma missão institucional à Arábia Saudita. O próprio ministro deverá viajar ao mundo árabe ainda no primeiro semestre.
No ano passado, os produtos do agronegócio responderam por 66% das exportações brasileiras aos árabes. Os embarques do setor para a região renderam US$ 4,6 bilhões. Os principais produtos embarcados foram carne bovina, frango e açúcar, que juntos responderam por cerca de 80% do total comercializado. Apenas em carne bovina o Brasil exportou US$ 1,9 bilhão para a Liga Árabe, um aumento de 27% em relação a 2006.
De acordo com Stephanes, a produção agropecuária brasileira deverá crescer, em média, de 3% a 4% nos próximos 10 anos. “As projeções do agronegócio são ótimas porque o mundo está demandando muito produto e o Brasil é um dos poucos países que têm condições de atender”, afirmou o ministro, após participar da reunião do Conselho Superior do Agronegócio na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Em 2007, as exportações totais do agronegócio brasileiro renderam US$ 58,4 bilhões, um aumento de 18,2% em comparação com o ano anterior. As importações do setor somaram US$ 8,7 bilhões, um crescimento de 12%, o que resultou em um superávit de US$ 49,7 bilhões, o maior da história. “O saldo comercial do agronegócio foi maior do que o saldo do comércio do Brasil como um todo”, destacou Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag).
Segundo Stephanes, os produtos brasileiros são exportados para mais de 150 países e a carne bovina está entre os principais. As vendas do produto no ano passado somaram US$ 4,4 bilhões, sendo a União Européia o maior mercado, com 31,6% das exportações.
No entanto, na semana retrasada o bloco suspendeu a importação da carne brasileira. “O fundo do embargo é puramente comercial. Mas temos que jogar com as regras do jogo”, disse o ministro. “Não está em discussão nesse momento a sanidade ou a qualidade da carne brasileira, o que está em discussão é a forma da rastreabilidade da carne”, completou.
De acordo com ele, é preciso rever o número de propriedades que poderão exportar para a União Européia. O Brasil precisa liberar pelo menos 5 mil fazendas para ter volume suficiente para exportar.