Isaura Daniel, enviada especial
Porto Iguaçu (Argentina) – Após anunciar limitações às importações de eletrodomésticos do Brasil, a Argentina sinalizou ontem (06), durante reunião preparatória da Cúpula do Mercosul em Porto Iguaçu, que pode restringir um número ainda maior de produtos. "Se não houver acordo, a Argentina vai continuar protegendo o seu setor produtivo", disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do país, Martín Redrado.
Segundo as medidas adotadas pelo governo argentino, a partir de hoje (07) os eletrodomésticos brasileiros precisam de autorização da Secretaria da Indústria para entrar na Argentina. O país tomou a medida em função do aumento das exportações brasileiras e sob a alegação de que isso prejudica a indústria local.
A pesar da medida, o Brasil poupou críticas ao país vizinho. "A única saída é negociar, não existe guerra comercial", disse o embaixador brasileiro Luiz Filipe de Macedo Soares.
Redrado disse que a Argentina encaminhou a sua preocupação aos demais parceiros do Mercosul há cerca de seis meses e, como não houve solução, resolveu tomar a decisão unilateral. O que o país fez, na verdade, foi uma proposta de ajuste de transição, pela qual seriam tomadas medidas de proteção a indústrias desfavorecidas em casos de aumento muito grande de importações de produtos de um determinado país ou mudanças cambiais.