A Biofach América Latina 2007, que começou ontem em São Paulo, confirma a trajetória ascendente do setor de orgânicos que movimenta cerca de US$ 40 bilhões ao ano no mundo. Um espaço da feira que chama a atenção de compradores e especialistas é a sala Nordeste & Cerrado – Comunidades Eco-Produtivas, que reúne investimentos de 14 estados brasileiros.
Autor: Geovana Pagel
Esta será a 5.ª edição da feira de produtos orgânicos no Brasil e contará com 300 expositores de 12 países. Paralelamente ocorre a ExpoSustentat, Feira Internacional de Bens e Serviços Sustentáveis. Entre os destaques da Biofach está o Projeto OrganicsBrasil, criado para promover a produção nacional no exterior.
Esses são os ingredientes da receita preparada por uma empresária brasileira para conquistar o mercado árabe. Em dezembro, Lucilene Lira vai abrir uma filial da Idala Arab and Brazilian Food, do Rio, na Jordânia. A empresa vai importar produtos como chocolate e açaí do Brasil para transformá-los em doces e distribuí-los no país árabe.
As cores e a cultura brasileira. É isso o que reflete o trabalho da estilista Magna Coeli, da grife pernambucana Refazenda. Ela juntou o artesanato produzido por 300 artesãs de 10 cooperativas para criar peças de roupas únicas, que usam rendas como bilro, renascença e filé. A marca já conquistou clientes na Europa e no mundo árabe, para onde vendeu rendas com fios de ouro.
O primeiro contato da empresária sergipana Débora Lima com possíveis importadores será na feira internacional de orgânicos Biofar, em São Paulo. As ervas são cultivadas por ela nas margens do Rio São Francisco. Para atender a demanda crescente do mercado interno, ela trabalha com pequenos agricultores da região.
Em Divinópolis (MG), seis pequenas empresas contam com a ajuda do estilista Ronaldo Fraga para criar novos produtos e a identidade de suas marcas. Unidas pelo projeto Divino Minas, que virou grife do grupo, produzem roupas que misturam artesanato, tecidos naturais e tecnológicos, e conquistam os primeiros clientes no exterior.
As roupas da Madame Surtô, criadas pela estilista Thaís Asfora, chamam a atenção pela criatividade e pelo toque artesanal. No Brasil, a marca já é sucesso. Com apenas dois anos de existência, tem peças compondo o figurino do elenco da novela Paraíso Tropical, da Rede Globo. Agora a grife quer investir no mercado externo.
A fabricação do produto em escala industrial é inédita no Brasil. O vinagre, que surge diretamente da fermentação natural do caqui, levou três anos para ser desenvolvido. Recém lançado, já é comercializado em várias cidades do estado de São Paulo pela Cooperativa Agrícola Nossa Senhora das Vitórias, com sede em Jundiaí, e também atraiu a atenção de um importador da Europa.
A brasileira Digicon apresentou sua linha Catrax, composta por catracas de controle de acesso, durante a Intersec 2007, uma das mais importantes feiras de segurança eletrônica do Oriente Médio. A empresa, que já exporta para a região, recebeu pedidos de cotação e fechou negócios durante a mostra, em Dubai.
Os produtores da região goiana de São Luiz dos Montes Belos estão correndo atrás de educação para melhorar a qualidade da sua produção. Eles se organizaram em grupo e freqüentam cursos superiores e técnicos implantados na região. A intenção é profissionalizar o setor e crescer.
A Fruit de la Passion, fabricante de lingerie, já exporta para Espanha, Portugal, Inglaterra, Suíça, Austrália, Japão e México. Esta semana uma de suas proprietárias vai participar do Salão Première Vision, em Paris. Um dos pontos fortes da empresa é a variedade. Cada mês uma nova coleção é lançada.
As peças confeccionadas em Alta Floresta, no Mato Grosso, já chegaram à França, Inglaterra, Irlanda e Nova Zelândia. A principal matéria-prima utilizada são as sementes da Floresta Amazônica como babaçu, mucuna branca, tamarindo, baxiúba e açaí. A designer da marca também quer buscar contatos nos países árabes.
A Estofados Grando, pequena fabrica que já exporta para 16 países, iniciou contatos com os países do Oriente Médio e Norte da África durante a feira Index, em Dubai, no ano passado. A empresa tem em sua linha mais de 80 modelos diferentes de sofás, poltronas, cadeiras, pufes e sofás-camas, nos estilos clássico e contemporâneo.
O brasileiro é o segundo maior consumidor de café no mundo. Somente em São Paulo, por exemplo, são servidas 300 milhões de xícaras de café por ano. E não se trata apenas de quantidade, mas também de qualidade. Com o crescimento das cafeterias de luxo no país, hoje, beber café é mais que um hábito rotineiro. É um ritual.

