Geovana Pagel
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São Paulo – Para conquistar o mercado externo, vinte produtores da Cooperativa Agrícola Nossa Senhora das Vitórias (NSV), de Jundiaí, interior de São Paulo, decidiram inovar e investir na produção de vinagre à base de caqui. A fabricação do produto em escala industrial é inédita no Brasil. Recém lançado, o vinagre especial já é comercializado em várias cidades de estado de São Paulo.
"O vinagre de caqui surge diretamente da fermentação natural da fruta. Acreditamos muito no potencial do produto, especialmente no mercado externo. Lá fora existe muito mais consciência da importância do consumo de produtos naturais, sem química", diz o presidente da NSV, Orlando Steck Filho. Outra peculiaridade do vinagre de caqui é que, por não possuir álcool em sua composição, ele não "queima" (escurece) as verduras após o tempero.
A novidade já atraiu a atenção de um importador da Europa. Há algumas semanas um espanhol passou pela região de Jundiaí e levou amostras do produto para casa. "Ainda não temos nada formal, mas já recebemos um pedido de cotação e estamos otimistas", afirma Steck.
De acordo com o presidente, a idéia de industrializar o vinagre, que já era produzido por alguns agricultores de maneira artesanal, surgiu em 2003. Até chegar ao produto final foram necessários três anos de muitos experimentos. Uma química foi contratada especialmente para desenvolver o vinagre. "O investimento foi feito pelos próprios cooperados, com calma", conta.
O processo de envase do vinagre também é feito na cooperativa em embalagens pet de 500 ml e em embalagens de vidro de 380 ml. A safra de caqui ocorre de fevereiro a junho. A estimativa para este ano é de que sejam produzidas 400 mil caixas de seis quilos cada. Cerca de 15% a 20% desse total será utilizado para a fabricação do vinagre.
A cooperativa
Formada em 2003, a cooperativa recebeu registro provisório na Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) no mês de fevereiro. "A cooperativa nos proporciona melhores condições para comercializar nossas frutas. Hoje, podemos atender grandes pedidos, situação impossível quando trabalhávamos de forma individual. Com o excedente de caqui, estamos produzindo o vinagre e esperamos expandir nossa atuação neste ano", disse o presidente da NSV.
Segundo ele, a entidade sempre apostou em inovação pois foi pioneira na utilização de caixas de papelão no transporte do caqui, hoje praticamente uma unanimidade no setor. "Com o papelão, garantimos mais higiene, comodidade e segurança no transporte em relação aos caixotes de madeira", diz Steck. A NSV também comercializa uva, ameixa e pêssego in natura.
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