São Paulo – O Brasil e países árabes subiram no ranking de facilidade para fazer negócios do Banco Mundial (Bird). A instituição divulgou nesta quarta-feira (31) o relatório Doing Business 2019, que avaliou 190 economias.
O Brasil passou da 125ª colocação no ranking de 2018 para a 109ª este ano. Segundo o Banco Mundial, o Brasil foi o país que mais realizou reformas na América Latina entre um relatório e outro. “O Brasil liderou a agenda de reformas, com quatro, um novo recorde de reformas em um único ano para o País”, diz comunicado da instituição.
A pesquisa avaliou mudanças nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores do Brasil, e constatou que a adoção de sistemas online para registro de empresas, licenciamento e notificação de emprego, fez com que o tempo para abertura de uma empresa caísse de 82 para 20 dias.
Ocorreram avanços também nas áreas de acesso ao crédito, comércio internacional e qualidade no fornecimento de energia, este último item especificamente em São Paulo.
Os países da América Latina e Caribe realizaram 25 reformas no último ano para facilitar os negócios para pequenas e médias empresas. O México é o país latino-americano mais bem colocado no ranking, na 54ª posição.
“É animador ver a implementação contínua de reformas na América Latina e Caribe, embora muitas economias possam ainda se beneficiar de uma aceleração do ritmo da agenda de reformas”, afirmou o gerente de projeto da Unidade Doing Business do Banco Mundial, Santiago Croci Downes, de acordo com o comunicado.
Árabes
No Oriente Médio e Norte da África, segundo o Bird, o número de reformas – 43 – foi recorde. O grande destaque é Emirados Árabes Unidos (na foto, detalhe da holding Masdar, de Abu Dhabi), que pela primeira vez ficaram entre as 20 economias mais bem colocadas do mundo, na 11ª posição. Em 2018, os Emirados estavam no 21º lugar.
Os Emirados eliminaram tarifas sobre a conexão de empreendimentos industriais e comerciais à rede elétrica, e melhorou o registro online de empresas, o acesso ao crédito e a transparência no registro de imóveis.
Outro destaque entre as nações árabes foi o Djibuti, que ficou entre dez economias que mais implementaram reformas no período analisado. O país adotou seis mudanças.
Já o Egito realizou cinco reformas e subiu da 128ª para 120ª posição no ranking. Foi o maior número de modificações implementadas pelo país em mais de uma década. O país adotou uma espécie de “poupa tempo” para abertura de empresas, aumentou a transparência corporativa, melhorou o acesso ao crédito, tornou mais simples o pagamento de impostos e mais fácil resolver problemas de inadimplência.
Jordânia, Marrocos, Arábia Saudita e Tunísia realizaram quatro reformas cada. “A significativa aceleração do ritmo das reformas no Oriente Médio e Norte da África é uma demonstração encorajadora do comprometimento dos países em incentivar o empreendedorismo”, declarou Downes em comunicado.
Segundo o Banco Mundial, 128 economias adotaram reformas no último ano, num total de 314, um número recorde. Os dez primeiros colocados do ranking são Nova Zelândia, Cingapura, Dinamarca, Hong Kong, Coreia do Sul, Geórgia, Noruega, Estados Unidos, Reino Unido e Macedônia.
“O setor privado é essencial para um crescimento econômico sustentável e para erradicar a pobreza no mundo”, destacou o presidente do Bird, Jim Yong Kim, em nota.