São Paulo – O Brasil é a bola da vez. Com essa frase o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, resume o tom de otimismo que paira atualmente sobre a imagem do Brasil no exterior e que esteve presente na assembléia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM), que ocorreu na última semana em Istambul, na Turquia, e da qual Schahin participou. “Há otimismo com o crescimento do Brasil e com as oportunidades de investimentos que se apresentam com o pré-sal, Jogos Olímpicos, Copa do Mundo”, afirma Schahin, que também é empresário e banqueiro.
De acordo com o presidente da Câmara Árabe, a boa percepção sobre o Brasil pôde ser sentida não apenas na assembléia geral, mas nas conversas individuais que ele teve com banqueiros, ministros e empresários. Entre os fatores que colocam o Brasil em uma posição de destaque no exterior, segundo Schahin, estão a estabilidade econômica, da moeda, e a elevação do Brasil ao grau de investimento feito pela agência Moody’s, em setembro. “O Brasil foi o último a entrar e o primeiro a sair da crise”, afirma o presidente da Câmara Árabe.
Ele acredita que todos esse fatores vão facilitar os investimentos estrangeiros diretos no país. “Vai vir muito investimento. Teremos um fluxo importante de capitais, linhas de crédito abertas”, afirma. Schahin teve a oportunidade de conversar com árabes que estiveram presentes em Istambul e afirma que existe, entre eles, essa mesma percepção positiva sobre o Brasil. O presidente da Câmara Árabe lembra, no entanto, que para atrair os investimentos árabes, o país necessitará fazer a sua lição de casa, que é ir até a região e se promover. “Precisamos fazer o nosso homework”, afirma Schahin.
Neste sentido, ele teve conversas com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, sobre a realização de um seminário sobre o Brasil, no Oriente Médio, para atrair investidores árabes. Schahin lembra, porém, que os árabes também querem saber de questões importantes para qualquer investidor, como a segurança dos investimentos, a bi-tributação, a estabilidade das regras dos contratos, entre outros.
O presidente da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, o libanês Adnan Kassar, ofereceu o seu país para ser sede do seminário sobre investimentos árabes no Brasil. Com Kassar, aliás, o presidente da Câmara Árabe também conversou sobre a possibilidade de realizar uma das reuniões da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes no Brasil. Ele ficou de levar o tema para o próximo encontro da entidade, neste mês, no Kuwait.