Isaura Daniel
São Paulo – A Atech Tecnologias Críticas, empresa brasileira de tecnologia, acaba de fechar um contrato para desenvolver sistemas de controle de tráfego aéreo para a Venezuela. O negócio, no valor de US$ 1,5 milhão, foi fechado neste mês com o Instituto Nacional de Aviação Civil do país. É o segundo contrato que a empresa assina com os venezuelanos em três meses. Em outubro, a Atech foi escolhida pelo governo local para integrar uma rede de sensores e radares meteorológicos do país.
A empresa é responsável por 90% dos sistemas de controle de tráfego aéreo no Brasil e começou a exportar sua tecnologia há cerca de três anos. Os primeiros clientes no exterior foram Estados Unidos e México, onde há três sistemas de gestão de tráfego aéreo da Atech em operação. No início deste ano, a companhia passou a vender também para os japoneses. De acordo com o diretor de marketing da empresa, Zareh Balekjan, foi fechado um contrato para o desenvolvimento de softwares para uma indústria do Japão, cujo nome não pode ser divulgado.
Balekjan afirma que as vendas internacionais ainda respondem por uma parcela pequena do faturamento, mas que ajudaram a elevar a receita da empresa em 2004. A Atech passou de um faturamento de US$ 60 milhões em 2003 para uma previsão de US$ 100 milhões em 2004, aumento de 66%. A Atech foi a empresa responsável por integrar toda a rede do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), implementado em 2000 pelo governo federal brasileiro para coletar dados sobre a Amazônia.
Pelo novo contrato fechado com a Venezuela, a Atech vai ajudar na modernização do Centro de Controle de Área (ACC) de Maiquetia, que cuida do tráfego aéreo na região Norte do país, onde está concentrado o maior movimento de aeronaves civis. A empresa vai fornecer os softwares para controle do tráfego da aviação civil, instalar o sistema e integrá-lo ao que já existe no local, além de treinar os operadores e prestar assistência técnica. Balekjan acredita que o sistema estará em operação em um ano.
Os negócios com o país começaram a ocorrer depois que os venezuelanos estiveram no Brasil, no decorrer do último ano, e viram os serviços e produtos da Atech em operação. A Atech também foi até a Venezuela para oferecer seus produtos e serviços. De acordo com Balekjan, a aproximação dos governos brasileiro e venezuelano também colaborou para o fechamento dos negócios. "E nós estamos fazendo um esforço para exportar tecnologia. Estamos buscando aumentar a participação das exportações em nosso faturamento", afirma.
O contrato anterior fechado com a Venezuela, em outubro, foi de US$ 1 milhão e vai durar cerca de um ano. A empresa vai fazer a interface de sensores e radares de um centro de operação em Caracas dentro de um programa chamado Venehmet, pelo qual, além de melhorar a previsão do tempo, o governo local vai gerir os recursos hídricos do país, monitorando a vazão dos rios e o comportamento dos lagos.
O diretor de marketing afirma que a empresa tem interesse também de vender para os países árabes, mas ainda não chegou a fechar nenhum negócio na região. Já há, porém, planos de marketing para entrar no mercado do Oriente Médio e Norte da África em gestação. "Mas não para o curto prazo", explica.
Tecnologia nacional
A Atech é uma empresa brasileira com tecnologia 100% nacional. A empresa tem sede em São Paulo e mantém unidades também em Manaus e Brasília, além de uma subsidiária, a AmazonTech, nos Estados Unidos.
A empresa surgiu em 1997 para participar da implantação do Sivam. Hoje, porém, ela atua também em outras frentes, como no desenvolvimento do controle do tráfego aéreo para aeroportos, sistemas tecnológicos para os setores de segurança pública e saúde. A Atech criou o Infopol, um programa que integra as bases de dados das polícias, hospitais, corpos de bombeiros e outras instituições, para ajudar no combate à criminalidade.
A companhia também desenvolveu um sistema informatizado para identificação de impressões digitais e um sistema de prontuário único para prefeituras, pelo qual um médico da zona sul de uma cidade, por exemplo, pode ter acesso aos dados de um paciente tratado anteriormente na zona norte.
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