Isaura Daniel
São Paulo – As jóias fabricadas pela empresa paulista Danielle Metais chegam até as lojas dos Emirados Árabes Unidos pelo mesmo caminho que as cartas de milhares de descendentes de árabes que vivem no Brasil chegam aos seus parentes: pelo serviço postal. A Danielle, uma pequena indústria brasileira com 80 funcionários, resolveu fazer dos Correios o seu caminho para chegar aos países árabes e ao mundo.
A empresa exporta para Emirados Árabes, Estados Unidos, Europa, América do Sul e México há cerca de três anos e remete 90% das encomendas via Exporta Fácil, um programa de exportação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) voltado principalmente para pequenas e médias empresas. "O custo é mais viável e tem seguro caso extraviar", explica a gerente de exportação da fábrica, Danielle Coutinho Gomes.
No mês de abril, 108 pedidos feitos por varejistas e distribuidores árabes a empresas brasileiras chegaram ao Oriente Médio e Norte da África pelos Correios. Foram 394 quilos de mercadoria. "A ida do presidente Lula à região no ano passado motivou as empresas a mandarem amostras dos seus produtos para que fossem testados. Muito disso foi feito pelos Correios", diz o diretor regional dos Correios – São Paulo, Marcos Antônio Veira da Silva. Nos primeiros quatro meses do ano, as remessas para a região via Correios alcançaram 977 unidades e 1.083 quilos.
O Exporta Fácil foi criado justamente para facilitar e simplificar o acesso das empresas ao mercado externo. "Muita gente desistia de exportar no meio do caminho em função da burocracia", explica Vieira.
Pelo sistema, um só formulário serve para fornecimento de endereço, recibo de postagem, declaração para alfândega, conhecimento aéreo de embarque de carga e guia para emissão da Declaração Simplificada de Exportação. A liberação das remessas na alfândega fica a cargo dos Correios. O pagamento da mercadoria pelo importador também pode se feito por vale postal internacional.
Como utilizar
Podem ser enviados artigos no valor de até US$ 10 mil. O peso varia de acordo com o destino, mas normalmente é de, no máximo, 30 quilos. Há restrição para alguns tipos de produtos, como tintas, produtos inflamáveis e corrosivos. Alimentos, por exemplo, podem ser remetidos desde que a legislação do país de entrega permita. Atualmente os principais produtos de exportação pelos Correios são as roupas e os artigos de joalheria e bijuterias.
No Brasil, 4,4 mil agências dos Correios estão habilitadas para trabalhar com o Exporta Fácil. Há três tipos de entregas: a Expressa, com entrega de dois a sete dias úteis, a Prioritária, de quatro a 13 dias úteis, e a Econômica, acima de 14 dias úteis. Para enviar 10 quilos para a Arábia Saudita, por exemplo, a postagem custa entre R$ 139,90 (Econômica) e R$ 358 (Expressa). Um pacote de 20 quilos para o Egito sai entre R$ 277,9 e R$ 655. Há seguro incluso no valor caso a mercadoria se extraviar.
Cresce procura pelo serviço
A procura pelo Exporta Fácil vem crescendo. No ano passado, por exemplo, foram enviadas 19,6 mil encomendas para fora do país via Correios. Em 2002 foram 11,4 mil remessas. O crescimento projetado para este ano sobre 2003 é de 50%, de acordo com Vieira.
O serviço foi criado há três anos a partir de um projeto do governo federal de facilitar as pequenas exportações. Os Correios levam o Exporta Fácil adiante com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que orienta os empresários interessados em exportar, e o Banco do Brasil, que fornece linhas de crédito e também informações sobre potenciais clientes.
O próprio Correio possui uma equipe de orientação para quem quer exportar. A ECT ou Correios é uma empresa vinculada ao Ministério das Comunicações.
Serviço
Exporta Fácil
www.exportafacil.com.br
0800 510 0100