São Paulo – Com o acordo de livre comércio Mercosul-Egito em vigor e com a recente abertura do mercado brasileiros para novos produtos agrícolas egípcios, o Grupo Al Shahed, do país árabe, decidiu abrir uma filial no Brasil para ficar mais próximo dos clientes e dispor de mercadorias para pronta entrega. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (05) pelo diretor comercial da companhia, Abdelrahman Hammam, em evento realizado na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.
A empresa é uma agroindústria que produz e exporta azeitonas, azeite de oliva e alho. A venda do último item do Egito ao Brasil foi liberada este ano pelas autoridades sanitárias brasileiras.
Hammam contou que a empresa exporta para o Brasil faz cinco anos. “O Brasil consome muito, então há aqui um potencial muito forte”, disse ele aos convidados. A distância entre os dois países, porém, faz com que as mercadorias demorem até 60 dias para chegar. Agora, a companhia poderá manter um diálogo cotidiano com os clientes e irá dispor de produtos armazenados no próprio País.
O executivo disse à ANBA que a ideia é trazer as mercadorias do Egito e deixá-las estocadas num armazém alfandegado na cidade portuária de Itajaí, em Santa Catarina. A partir daí, a nacionalização poderá ser feita pelo cliente ou pela própria Al Shahed para distribuição para outros compradores, principalmente de pequeno porte que não têm condições de fazer a nacionalização.
A empresa exporta atualmente cerca de 1,5 mil contêineres de azeitonas por ano para o Brasil. “Vamos usar a infraestrutura do porto para facilitar e melhorar as vendas no Brasil. Penso que será possível duplicá-las”, destacou Hammam. “Podemos falar todos os dias com os clientes, saber suas demandas e solucionar problemas”, acrescentou.
Já durante participação na última edição da feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), em maio, a Al Shahed previa ser possível ampliar as exportações de azeitonas ao Brasil para 3 mil contêineres por ano. A empresa expôs em estande organizado pela Câmara Árabe.
Alho
Outra aposta da companhia é nas vendas de alho. “O Brasil é o primeiro ou segundo mercado que mais compra alho no mundo”, afirmou o executivo. “[O consumidor] vai notar a diferença, o alho egípcio é forte, muito bom, então há bastante potencial aqui”, ressaltou.
O chefe do Escritório Comercial do Egito em São Paulo, Mohamed Elkhatib, disse que o alho egípcio tem condições de competir com o produto importado da China. Para se ter uma ideia, o Brasil importou US$ 179 milhões em alho de janeiro a outubro deste ano, sendo que a Argentina respondeu por US$ 80 milhões, a China por US$ 60 milhões, a Espanha por US$ 33 milhões, e o Egito, na quarta colocação, por US$ 2 milhões. Vale ressaltar que as exportações do produto egípcio para cá só foram liberadas em setembro.
“Com a abertura do mercado para o alho fresco, há um grande potencial de negócios no Brasil”, declarou Elkhatib.
Hammam acrescentou que a Al Shahed já tem uma equipe de 18 pessoas no Brasil, dividida entre Itajaí e São Paulo, e pretende nomear representantes em outros estados. A Câmara Árabe tem um escritório na cidade catarinense.
O secretário de Relações Internacionais do Município de São Paulo, Luiz Alvaro de Menezes, participou do evento e parabenizou a iniciativa da Al Shahed. “As empresas egípcias, como outras empresas árabes, vão enriquecer muito a cidade de São Paulo”, disse.
Na mesma linha, Elkhatib destacou que muitas outras empresas de seu país ainda vão se instalar na capital paulista e convidou o público a conhecer produtos de companhias egípcias que estão expostos no Escritório Comercial.
Hammam contou ainda que a Al Shahed é uma empresa familiar e tem 2 mil hectares plantados com oliveiras no Egito. Ela exporta seus produtos para 44 países.
Contato:
Al Shahed
Tel.: (11) 9 3009-9211
E-mails: denise@obai.com.br e export@alshahedgroup-eg.com
Site: www.alshahedgroup-eg.com