São Paulo – O Brasil tem um grande potencial na produção de biocombustíveis e vantagens em relação a outros países, disse nesta quinta-feira (14) em Baku, no Azerbaijão, o chefe do escritório da Câmara de Comércio Árabe Brasileira em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Rafael Solimeo. Ele participou do painel “Combustível do futuro” realizado dentro do seminário “Diálogo empresarial para uma economia de baixo carbono” organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e tendo a Câmara Árabe como parceiro institucional durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP29).
Em sua apresentação, Solimeo destacou que o Brasil tem vantagens em relação aos seus concorrentes na produção de biocombustíveis em razão de uma experiência consolidada no uso de biocombustíveis e do potencial de exploração em energias renováveis. Aproximadamente 85% da frota brasileira de automóveis é flex, ou seja, pode ser abastecida com gasolina, derivada do petróleo, ou com etanol, feito a partir de cana-de-açúcar ou milho.
Para explorar esse potencial, afirmou Solimeo, o País precisa se posicionar como um grande fornecedor de biocombustíveis ao garantir aos clientes globais infraestrutura e custo de produção competitivos, ampliar a produção de combustíveis sustentáveis e atender padrões internacionais de qualidade, simplificar o ambiente de negócios e reduzir barreiras burocráticas.
Antes do seminário da CNI, Solimeo esteve em um encontro organizado pela Autoridade de Eletricidade e Água de Dubai (Dewa), do qual participou também o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso, César Alberto Miranda Lima. Os executivos da Dewa apresentaram projetos da instituição em Dubai ao secretário. Também falaram sobre investimentos e convidaram o secretário a visitar, em 2025, a feira Wetex, que apresenta projetos e soluções no segmento de eletricidade e uso da água.
“Foi interessante representar a Câmara Árabe aqui. Pela manhã, participei de um evento emirático representando o Brasil (na Dewa) e, de tarde, de um evento brasileiro representando o mundo árabe (na CNI, como executivo da Câmara Árabe)”, afirmou. “Existe um papel grande da COP29, aqui em Baku, de conectar árabes e brasileiros, afinal, entre a COP28, de Dubai, e a COP30, que será em Belém, no ano que vem, esta COP29 no Azerbaijão conecta brasileiros e árabes”, afirmou.
Alckmin na COP29
Representante da Presidência do Brasil na COP29, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou sobre a aprovação no Senado do Projeto de Lei que regulamenta o mercado de créditos de carbono. “Este é o grande estímulo para o setor privado e para todos os países. Você estimular uma produção com menor pegada de carbono, com menos emissão. Você vai, de um lado, premiar quem reduz, dando a ele um crédito de carbono que pode ser comercializado no mercado regulado, e você vai onerar aquele que está poluindo mais”, disse. O projeto, modificado, retornou para nova análise na Câmara dos Deputados.
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