Isaura Daniel
São Paulo – O Egito quer entrar para a lista dos grandes fornecedores da indústria brasileira petroquímica e de produtos plásticos. As fábricas nacionais de plásticos gastaram no ano passado cerca de US$ 643 milhões com importações de resinas, a sua principal matéria-prima. O país árabe não figurou entre os fornecedores. O Egito vendeu para o Brasil, porém, naftas, que são usadas pela indústria petroquímica para a fabricação das resinas, como o polietileno, poliuretano e polipropileno. As importações, porém, caíram em relação ao ano anterior. No ano passado, o Egito vendeu US$ 8,9 milhões em naftas para petroquímica ao Brasil, US$ 2 milhões a menos que em 2003.
O corpo diplomático do Egito no Brasil está fazendo um esforço para mudar esse quadro. Na sexta-feira (11) o cônsul comercial do Egito em São Paulo, Mohamad Bakri Agami, e o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Michel Alaby, vão se encontrar com o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, para falar sobre as possibilidades de negócios entre a indústria brasileira petroquímica e de produtos plásticos e os fornecedores egípcios.
O embaixador do país árabe em Brasília, Mohamed Abdel Fattah, já havia manifestado, em visita à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no final do ano passado, o interesse em aumentar as vendas de petroquímicos do Egito para o Brasil.
"Também temos todo interesse de fazer bons negócios com os países árabes. Há espaço para a compra de resina do Egito se o país tiver preços atrativos para oferecer", diz Cachum.
O Brasil vem aumentando significativamente as suas exportações para o Egito, mas o mesmo não ocorre com as importações. No ano passado, o Brasil faturou US$ 623 milhões com vendas para o país árabe e importou apenas US$ 33,4 milhões. "Se abrirmos a porta dos petroquímicos, o Egito poderá aumentar muito as vendas para o Brasil", diz o cônsul Agami.
A indústria brasileira de produtos transformados de plásticos compra grande parte das resinas que utiliza no mercado nacional, mas também importa de países asiáticos, Europa, Estados Unidos e México. O setor fabrica desde embalagens, calçados, produtos de utilidade doméstica e para construção civil, como tubos e conexões, até componentes para televisores, rádios e eletrodomésticos. No ano passado, as indústrias de produtos plásticos do Brasil faturaram mais de R$ 30 bilhões. Para este ano, de acordo com Cachum, o setor espera crescimento de 8% a 10%.
Balança
A indústria brasileira de plásticos também vem aumentando as suas exportações. No ano passado a receita do setor com comércio internacional alcançou US$ 792 milhões, com crescimento de 24% sobre 2003. Também as importações de produtos plásticos acabados cresceram. Elas saíram de US$ 823,6 milhões em 2003 para US$ 1 bilhão no ano passado.
O Egito faz parte dessa balança, mas com uma participação bem pequena diante do total. As empresas brasileiras exportaram para o país árabe, em 2004, US$ 840 mil em produtos plásticos transformados e importaram US$ 390 mil.