São Paulo – Ela tem o perfil de boneca. Face rosada, cabelos longos e lisos, apenas 24 anos. Mas é uma empreendedora e exporta roupas de bonecas para sete países. Mariana Batistello, uma catarinense de Chapecó, criou a sua empresa há quase dois anos, depois de perceber que o gosto que tinha por costurar roupas para sua boneca Valentina poderia se tornar um negócio rentável. A boneca de Batistello é da marca Blythe, muito colecionada por adultos, e as roupas que ela fabrica com a marca Pequena Valentina são voltadas para o brinquedo.
Tudo começou quando Batistello estudava Psicologia na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e foi trabalhar na secretaria dos cursos tecnológicos da instituição para pagar a faculdade. O movimento e os trabalhos acadêmicos do curso de Moda a interessaram e a catarinense resolveu trocar a Psicologia pela Moda.
No ano seguinte, Batistello pegou o dinheiro que tinha guardado, cerca de R$ 500, para comprar a sua primeira Blythe. “Eu tinha deixado o dinheiro com o meu noivo para eu não gastar. Quando contei que ia usar para comprar a boneca, todos foram contra, meu noivo, minha mãe, minha avó”, conta a jovem empreendedora. Ela falou que o dinheiro voltaria com a venda das roupinhas que faria. Mas não tinha muita certeza sobre o que estava dizendo.
A chegada da boneca em sua casa, em março de 2009, a motivou para confeccionar as roupinhas com sua máquina de costura. Na universidade, ela pediu à professora para fazer peças para bonecas em vez de pessoas. A mestra topou. A produção começou a decolar, primeiro com peças para a sua própria boneca, Valentina, depois para as amigas e então para desconhecidos. No começo, Batistello fazia as peças a partir de meias coloridas. Depois passou a confeccionar outras peças, como vestidos e saias, com tecidos.
Batistello se formou em Moda no final de 2010. Ela até chegou a procurar emprego na área, mas chegou à conclusão de que os salários oferecidos eram parecidos com os seus ganhos com as roupas de bonecas. Em fevereiro de 2011, então, formalizou a empresa, como microempreendedora individual, e chamou a marca de Pequena Valentina. As vendas no Brasil acontecem atualmente por meio do seu site. Já a comercialização para o exterior ocorre a partir de contatos da sua página com fotos das roupinhas no Flickr.
Desde 2011, a marca exportou para Espanha, Cingapura, França, Estados Unidos, Canadá, Polônia e Israel. Batistello pretende em breve criar outra loja virtual para facilitar as vendas, principalmente para o exterior. Ela também tem vontade de participar de feiras no exterior. Mas isso ainda é um plano. As exportações não representam mais que 5% a 10% da produção, que é de cerca de 10 roupas por dia. Ela tem capacidade, porém, para produzir até 20 peças. A confecção é toda feita pela própria empreendedora.
No Brasil, Batistello participa de encontros de colecionadores de bonecas Blythe em diversos estados. Neste ano esteve em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Campinas, interior de São Paulo. Afinal, ela também é uma colecionadora. Agora tem quatro bonecas Blythe: Valentina, Monalisa, Olga e Dominique, além de uma Lati Yellow chamada Pipa.
Contato:
Pequena Valentina
Site: www.pequenavalentina.com.br
Site: http://www.flickr.com/photos/maribatistello/
E-mail: mari.batistello@gmail.com