São Paulo – As exportações brasileiras aos países do Oriente Médio e Norte da África somaram US$ 6,05 bilhões no primeiro semestre de 2017, representando um crescimento de 15,54% em relação ao mesmo período de 2016. As informações são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) e foram compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
Os principais produtos embarcados pelo Brasil àquela região foram açúcar, carnes e minérios. Ao todo, os três produtos responderam por 74% das vendas brasileiras aos árabes nos seis primeiros meses do ano.
Os três principais importadores árabes do Brasil no período aumentaram as compras no semestre. A Arábia Saudita teve um crescimento de 10,98% em suas importações, com US$ 1,37 bilhão em mercadorias adquiridas. Os Emirados Árabes tiveram incremento de 19,42%, com compras de US$ 1,08 bilhão, e a Argélia, com importações de US$ 684,7 milhões, aumentou 26,44%.
“As compras têm subido porque eles estão recompondo seus estoques (de alimentos) após passar o Ramadã”, explica Michel Alaby, diretor-geral da Câmara Árabe, sobre o aumento das exportações após o final do mês sagrado dos muçulmanos.
O Egito, que foi o quarto principal destino das exportações do Brasil aos árabes, comprou 25,23% menos do que no primeiro semestre do ano passado. Para Alaby, a situação econômica do país norte-africano é o principal fator para a redução nas compras.
Ele espera, no entanto, que novas compras de alimentos feitas pelo Exército do país venham a aumentar as vendas do Brasil para lá. “Com as compras que deverão ser feitas pelo Exército, principalmente de carnes, pode ser que melhore nesse segundo semestre. O Exército está comprando alimentos e distribuindo para a população”, conta.
As carnes responderam por US$ 1,77 bilhão das exportações brasileiras do período aos árabes. O açúcar somou US$ 2,13 bilhões, enquanto os minérios tiveram um aumento de 132,57% de janeiro a junho, totalizando US$ 564,52 milhões. Apesar da operação carne fraca, que levou a Polícia Federal a investigar irregularidades em frigoríficos nacionais, as exportações de carne aos árabes não foram consideravelmente afetadas.
“O primeiro semestre deste ano foi um período de muito trabalho para a Câmara Árabe, que atuou intensamente para ajudar a minimizar o máximo possível o impacto nas exportações brasileiras de carnes para os países árabes”, destaca o presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun.
Ele lembra que várias missões foram realizadas e, “juntamente com o Ministério da Agricultura e entidades do setor foi possível reverter situações negativas, o que está refletido na queda, considerada pequena diante dos problemas enfrentados este ano”, explica Hannun.
Importações
As importações do Brasil de produtos do mundo árabe cresceram 26,94% de janeiro a junho desse ano. No período, o Brasil importou US$ 3,38 bilhões em mercadorias dos países do Oriente Médio e Norte da África.
Os principais fornecedores árabes do Brasil foram Argélia, Arábia Saudita, Marrocos, Catar e Kuwait. Petróleo, seus derivados e fertilizantes compuseram quase a totalidade da pauta de importação do Brasil dos países árabes.