São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Egito alcançaram nesta quinta-feira (11) um acordo pelo qual o Fundo irá emprestar US$ 12 bilhões ao país árabe pelos próximos três anos. O dinheiro será utilizado para apoiar o programa de reforma econômica que está sendo implantado pelo governo egípcio e tem como principais objetivos garantir os serviços sociais para a população mais pobre e reduzir a elevada dívida do governo.
No período 2015/2016, o governo egípcio tinha uma dívida equivalente a 98% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e deverá reduzi-la para 88% do PIB entre 2018/2019.
Em nota, o Fundo afirmou que a meta do acordo é racionalizar os gastos, reduzir o déficit público e o déficit orçamentário e liberar o caixa do governo para gastos de “alta prioridade”, como investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Pelo acordo, os programas sociais deverão ser mantidos.
Em alguns casos, a rede de assistência social deverá ser ampliada, especificamente no atendimento de saúde aos mais pobres, subsídios para fornecimento de leite infantil e medicamentos para crianças e treinamento vocacional aos mais jovens.
No comunicado, o Fundo citou como projetos econômicos em andamento a adoção de um imposto sobre valor agregado (IVA) e a racionalização na concessão de subsídios para compra de energia, colocada em prática a partir de 2014. Essas são medidas que deverão se incorporar ao empréstimo para que a economia do Egito volte a crescer, gere empregos às mulheres e aos mais jovens e se torne mais atrativa ao setor privado. O empréstimo também deverá ajudar no mercado de câmbio.
“Com a implantação do programa de reforma do governo, junto com a ajuda dos amigos do Egito, a economia egípcia irá retomar todo o seu potencial. Isso irá ajudar na geração de empregos e inclusão no mercado de trabalho, assim como elevar os padrões de vida do povo egípcio. Nós, no FMI, estamos prontos para ser parceiros do Egito neste programa”, afirmou no comunicado o chefe da delegação que esteve no Egito entre 30 de julho e esta quinta-feira, Chris Jarvis. Ele e os técnicos do Fundo foram ao Cairo a pedido do governo do Egito. O acordo depende de formalização do conselho do Fundo.