Dubai – Criar edições temáticas da Gulfood é uma opção que poderá ser adotada pelos organizadores nas próximas edições. Segundo o diretor da mostra, Mark Napier, o principal desafio da maior feira de alimentação do Oriente Médio é acomodar todos os interessados. “É um problema, mas um bom problema”, afirmou ele nesta quarta-feira (26), em entrevista à ANBA, ao visitar o pavilhão do Brasil no evento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A participação do Brasil é organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Napier acredita que a presença das empresas do País na mostra pode crescer ainda mais, mas alertou: “Acho que o Brasil pode trazer mais companhias, mas ficará mais difícil e desafiador colocar todas elas devido à falta de espaço. Não temos mais espaço e talvez seja preciso dividir a feira em edições de doces, salgados e assim por diante”.
Ainda não há, contudo, decisão sobre estas mudanças. Neste ano, 2.500 expositores ficaram de fora da mostra. A área destinada à exposição foi a mesma do ano passado, 114 mil metros quadrados.
Segundo o diretor, os expositores disseram que esta edição está sendo a melhor de todas. A primeira ocorreu há 28 anos. “Vamos ter mais de 80 mil visitantes. Essa edição vai exceder as expectativas mais otimistas”, disse. Ainda não há um balanço sobre o volume de negócios fechados na mostra, mas Napier disse que irá superar a previsão inicial de US$ 500 milhões.
Ele atribuiu parte do sucesso da Gulfood à localização de Dubai, entre os hemisférios Norte e Sul, entre o Ocidente e o Oriente, e próximo de mercados emergentes. O executivo acrescentou que a cidade se preparou para receber grandes eventos.
“O desenvolvimento de Dubai foi feito com base em três pilares: turismo, transporte e comércio. Esses pilares criaram um poderoso fluxo de pessoas aqui. Há um investimento de US$ 8,8 bilhões em projetos de transporte, temos uma grande quantidade de quartos de hotéis e grandes empresas de transporte de cargas, e mesmo a Zona Franca de Jebel Ali. Tudo isso garante que o comércio mundial passe por aqui”, disse.
Ele observou que os produtos brasileiros estão ganhando participação e visibilidade na Gulfood devido à grande capacidade de produção de alimentos do País, e porque o Brasil está promovendo seus produtos no exterior. Napier afirmou que o resultado da expansão da presença brasileira pode ser visto no pavilhão do Brasil.
Com mais de mil metros quadrados, o pavilhão tem 77 empresas e um mezanino, onde são servidos práticos típicos do Brasil. Napier destacou que os brasileiros fazem sucesso na Oriente Médio porque os empresários do País atendem a uma demanda especifica dos clientes árabes: a produção halal, que segue regras islâmicas na produção de alimentos.
“Halal é sinônimo de Oriente Médio, que é sinônimo de Brasil. A produção desses produtos é grande no Brasil, que acaba sendo uma marca em que os clientes daqui podem confiar”, disse.