São Paulo – O mercado brasileiro de fertilizantes está aquecido. A fabricação nacional do produto avançou 14,2% de janeiro a julho deste ano sobre o mesmo período do ano passado e a importação cresceu mais ainda, 58,4%. De acordo com o diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA), Carlos Eduardo Florence, o crescimento ocorreu principalmente porque o ano passado, em função da crise econômica, foi atípico. “Em função da crise de 2008, os estoques estavam altos em 2009”, afirma Florence.
De janeiro a julho, a produção nacional de fertilizantes ficou em 5,17 milhões de toneladas, contra 4,5 milhões de toneladas no mesmo período de 2009, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). A importação passou de 4,5 milhões de toneladas entre janeiro e julho do ano passado para 7,2 milhões de toneladas em iguais meses de 2010.
Já as entregas de fertilizantes para os agricultores ficaram em 10,8 milhões de toneladas até julho, contra 10,6 milhões de toneladas no mesmo período de 2009. O aumento, neste caso, foi de 1,6%. Essa diferença de percentual entre as entregas e a produção e importação ocorre porque nem todo fertilizante vai ao agricultor assim que produzido pela indústria nacional ou importado, mas fica também em estoques.
Florence acredita que no ano devem se manter em crescimento tanto a produção nacional quanto a importação. O diretor executivo da AMA participou da reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, que reuniu lideranças do setor em Brasília, nesta segunda-feira (16), e afirma que o Brasil pode aumentar sua produção ainda mais no futuro, diminuindo as importações. Isso, porém, lembra ele, deve ocorrer em uns quatro anos apenas. Atualmente, de acordo com ele, a produção nacional atende 30% do mercado e os importados 70%.
No ano passado, foram entregues aos produtores brasileiros 24,5 milhões de toneladas de fertilizantes, o mesmo volume que em 2008. Para este ano, a previsão é que sejam entregues para os produtores 23,5 milhões de toneladas, um pouco inferior ao ano passado.