Giuliana Napolitano
São Paulo – As importações brasileiras caíram pouco mais de 13% nos últimos três anos. As compras feitas dos países em desenvolvimento, porém, ficaram estáveis. A conclusão faz parte de estudo divulgado na última sexta-feira (27) pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Segundo o diretor executivo do Iedi, Julio Sérgio Gomes de Almeida, de janeiro a outubro do ano passado (últimos dados compilados pelo instituto), o Brasil comprou cerca de US$ 14 bilhões dos países em desenvolvimento, mesma cifra registrada em 1999. No mesmo período de 2003, as importações de nações ricas somaram US$ 18 bilhões, 31% a menos do que o registrado em 1999.
“A explicação geral para essa diferença é a de que o comércio é uma via de duas mãos: dificilmente você entra num mercado sem oferecer o seu”, explicou Almeida à ANBA. “A aproximação nunca se dá só de um lado”, acrescentou, lembrando que o Brasil também passou a vender mais para os países em desenvolvimento.
A pesquisa do Iedi mostrou que de 2000 até outubro de 2003, as exportações brasileiras aumentaram em média 11%. As vendas para os países desenvolvidos subiram 9%. Para as nações mais pobres, apesar da crise na Argentina, que é um dos maiores mercados para os produtos nacionais, a alta foi de 13%. Houve ainda uma expansão de 17% nos negócios com os países classificados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como "de transição": basicamente, leste europeu, Europa central e Mongólia.
“Ou seja, a corrente de comércio do Brasil com os países em desenvolvimento cresceu, isso é importante”, destacou Gomes de Almeida. Segundo ele, em 2003, quase 40% do superávit comercial de US$ 24,8 bilhões registrado pela balança brasileira foi gerado pelos negócios com as nações mais pobres.
Nesse ano, até outubro, as exportações para a região aumentaram 30%, taxa superior à média, que foi de 21%. Para os países desenvolvidos, houve alta de apenas 15% e para o mundo em transição, crescimento de 28%.