São Paulo – Não só o Brasil é invadido por bandeiras verdes e amarelas e faz do jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo motivo de festa pelas ruas das cidades. O Líbano, país árabe do Oriente Médio, que tem fortes laços de imigração com o Brasil, também vira torcedor de carteirinha quando o Brasil está jogando futebol. “Também há bandeiras da Alemanha, Argentina, Itália, Espanha espalhadas pelo país (Líbano). Mas de cada dez bandeiras, seis são brasileiras e quatro dos demais países”, diz o embaixador do Brasil em Beirute, Paulo Roberto Fontoura.
O diplomata conta que as bandeiras estão estampadas nas casas, nos estabelecimentos comerciais, nos carros e também há camisetas da seleção, relógios e pulseiras com as cores brasileiras nas lojas e nos camelôs de Beirute. Até a bandeira do Líbano é pintada de verde e amarelo na época da Copa. O branco da bandeira libanesa vira verde e o vermelho vira amarelo. O cedro, em vez de verde, fica azul, conta o embaixador. As pessoas assistem aos jogos em suas casas, com famílias e amigos, e nos barzinhos pela cidade, diz Fontoura.
Roberto Khatlab, escritor e pesquisador brasileiro que vive no Líbano, também conta que, ao viajar, na última semana, ao sul do país, em Nakura, se deparou com bandeiras verdes e amarelas por todos os lados. “Existe uma paixão pelo Brasil”, diz Khatlab. Com a afirmação concorda o embaixador Fontoura. “No Líbano todo há uma paixão grande pelo Brasil e pelo futebol”, diz. O diplomata explica a forte ligação pela imigração. “O povo libanês tem grande identidade conosco porque existem 10 milhões de libaneses no Brasil”, diz. Ele lembra que os libaneses vão ao Brasil há 130 anos, início da imigração libanesa no país.
Fontoura afirma que os libaneses não admiram o Brasil apenas no futebol, onde o país é uma excelência. “O Brasil é um país que, por mais que tenha problemas, está dando certo”, diz o embaixador. A imigração fez com que a presença de brasileiros também se tornasse constante no país árabe. “Temos visitas de empresários, médicos, esportistas, artistas, escritores”, diz Fontoura. O Vale do Beeqa é a região, no país, que concentra maior número de brasileiros como moradores, a grande maioria de origem libanesa.
Nesta terça-feira, o embaixador Fontoura se preparava para ver o jogo do Brasil com a Coréia do Norte, o primeiro da seleção brasileira na Copa, na sua residência. Ele afirma, porém, que chamou apenas os funcionários da embaixada. “Se abrisse as portas, não caberiam todos”, brinca Fontoura. Em época de Copa do Mundo, o embaixador brasileiro vira celebridade nas ruas de Beirute. Quando é reconhecido, recebe buzinada de cumprimento dos motoristas.