Isaura Daniel
São Paulo – Vestidos e conjuntos de saias e blusas de tricô saem todos os meses da linha de produção da Castor, uma pequena indústria do interior de Minas Gerais, para ganhar as butiques do Oriente Médio. A empresa, que tem sede na cidade de Jacutinga, conquistou lugar nos cabides de lojas de alto padrão de Riad, na Arábia Saudita, Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, Beirute, no Líbano e também no Kuwait e no Catar.
A Castor fabrica peças femininas como blusas, vestidos, saias, jaquetas, spencers, ponchos e cachecóis. São cerca de 3,5 mil unidades feitas ao mês com linhas de algodão e acrílicas e incrementadas com bordados, aplicações e estamparias. Parte da produção é automatizada e parte é feita de forma manual. Além de 40 funcionários que trabalham na fábrica, 60 bordadeiras prestam serviço para a Castor.
O caminho para a empresa chegar até o mercado árabe foi trilhado em Paris. Desde o início de 2002, a empresa participa da Prêt-à-Porter, feira que ocorre nos meses de janeiro e setembro na capital francesa. "Participamos pela primeira vez com um grupo de 18 confecções. No começo nem acreditávamos que fosse dar muito resultado, mas já nessa primeira feira metade das vendas feitas pelo grupo foi da nossa empresa", diz a gerente de exportações da companhia, Maria Cecília de Pádua Bartholomei.
A feira francesa abriu as portas da Castor para o mercado da França, Itália, Grécia, Irlanda, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Japão, Coréia do Sul e Israel, além dos cinco países árabes. Apesar de as vendas internacionais terem começado ainda em 2002, o maior crescimento no mercado externo ocorreu em 2005. "Até o ano passado, as exportações consumiam 25% da nossa produção. Neste ano já estão em 50%", diz Maria Cecília. No mês de agosto as roupas da Castor passarão a ser vendidas na Le Bon Marché, loja de departamentos da França que trabalha com grandes grifes internacionais.
De acordo com a gerente de exportações, os produtos mais vendidos nas lojas árabes são os vestidos e os conjuntos de saias com blusas ou casaquinhos. "Eles costumam comprar as peças mais trabalhadas, que chamam a atenção, com decotes e bastante bordado. Aumentamos o comprimento das saias para vender para os árabes", diz Maria Cecília. As roupas são vendidas diretamente para as butiques. A empresa não tem distribuidores nos países árabes.
"Nosso objetivo é vender poucas peças, mas para lojas selecionadas", afirma a gerente de exportação. Um vestido da marca é comercializado no atacado, em Paris, por cerca de 80 euros. No Brasil, os vestidos são vendidos por cerca de R$ 150 no atacado e têm como consumidoras as mulheres de classe média alta.
Além de uma loja em Jacutinga, onde está a sede da empresa, a Castor possui um show-room no bairro do Itaim, em São Paulo, onde mantém mercadoria para pronta-entrega.
De mãe para filha
A Castor existe há 21 anos. A empresa é familiar e foi fundada pela engenheira agrônoma Iara de Pádua Bartholomei. "Apesar de ter feito agronomia, minha mãe sempre gostou de moda", diz Maria Cecília, que é filha de Iara. A mãe de Iara – avó de Maria Cecília – costurava em casa os vestidos de noiva e as roupas de carnaval para a família. "Ela tinha quatro filhas. Minha mãe cresceu vendo a mãe dela costurar", diz a gerente de exportações.
A indústria foi aberta assim que Iara se casou e se mudou de Lavras, também interior mineiro, para Jacutinga. Hoje, além da filha, também o marido e o filho da empresária ajudam nos negócios. De acordo com a gerente de exportações, a empresa foi definindo o seu perfil ao longo dos anos.
Atualmente, nos planos da Castor estão a abertura de uma nova loja de varejo em algum bairro de classe alta de São Paulo, provavelmente nos Jardins.
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Castor Tricot
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