Dubai – O preço baixo do petróleo e as instabilidades regionais não deverão prejudicar as exportações de fabricantes brasileiros de materiais de construção e acabamento aos árabes. Ao contrário, a meta deles é vender mais. Na avaliação de alguns dos expositores nacionais na feira de construção Big 5, aberta nesta segunda-feira (23) em Dubai, o mercado amplo do Oriente Médio compensa na hora de fazer negócios. Seis companhias participam da mostra em estande organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Gerente de exportações para o Oriente Médio e o Norte da África da fabricante de revestimentos cerâmicos Itagres, Marcos Sipriano afirmou à ANBA que a empresa participa da mostra com a meta de voltar a ter o Oriente Médio como um dos principais destinos de seus produtos.
“Queremos ampliar nossa presença onde já atuamos, como é o caso de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar e Omã, e chegar a novos países. Entre estes o Irã (que não é árabe) é nosso foco específico”, afirmou. Ele acrescentou que o dólar valorizado é um incentivo para exportar, no entanto, a instabilidade política brasileira contamina a cotação da moeda e dificulta as negociações.
Da mesma forma, disse, o preço baixo do petróleo, que reduz a receita dos países produtores do Oriente Médio, deveria afetar o ambiente de negócios, mas não é o que acontece. “Vemos que há dinheiro no mercado, mas as instabilidades políticas no Brasil e [o preço] do petróleo aqui no Oriente Médio fazem com que as pessoas repensem os gastos. Mas o mercado desta região é muito importante para nós e temos bom resultado aqui”, afirmou Sipriano.
Gerente de exportação da Pettrus, Aziz Arras disse que as expectativas para o evento são melhores a cada ano e citou mais de um motivo para acreditar no sucesso da empresa nesta edição. “É nossa quarta participação seguida na Big 5. Já temos um nome consolidado aqui, o que facilita nosso contato com o cliente. Além disso, temos produtos que foram utilizados em casas de famílias nobres, o que acaba mostrando nosso portfólio para outros potenciais compradores. E, por fim, temos uma concorrência pequena no nosso setor de atuação”, disse.
A empresa tem sede no Espírito Santo e vende chapas de pedras raras. Geralmente, o produto é utilizado para decoração de ambientes, como lobby de hotéis e restaurantes, e interiores de residências.
Também do Espírito Santo, a Poliex Mármores participa da feira pela primeira vez. O gerente de exportação, Claudio Lyrio, afirmou que o motivo que levou a companhia a estrear no evento é crescer no mercado árabe. “Já fazemos algumas vendas para países do Golfo, como Catar e Arábia Saudita, e também para o Líbano. Decidimos investir na região após fazer pesquisas que indicaram que esse mercado tem potencial para nós. Já avaliamos esta feira há alguns anos e agora viemos participar. Será uma oportunidade de conhecer ainda mais o mercado da região e de fazer bons contatos”, afirmou.
Também participam do evento a fabricante de portas Rohden, a Tramontina, com cubas e pias, e a Deca, com metais e vasos sanitários e chuveiros elétricos.
De acordo com informações divulgadas pela organização da Big5, a edição de 2015 deverá ser a maior de todas em número de participantes. Segundo os organizadores da mostra, 85 mil pessoas deverão visitar o local nos quatro dias do evento, um aumento de 6% em comparação com o ano passado. A feira Big 5 foi aberta nesta segunda-feira pelo ministro do Meio Ambiente e da Água dos Emirados, Rashid Ahmed Bin Fahd.
Serviço
Big 5
Dubai World Trade Centre
Até quinta-feira (26), das 11 às 19 horas (horário dos Emirados)
Informações: www.thebig5.ae