São Paulo – Os países árabes que ficam no Norte da África aumentaram as suas importações do Brasil em 6% no acumulado nos nove primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo levantamento do Departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as nações árabes que ficam na região geraram uma receita de exportações para o Brasil, com suas compras, de US$ 2,38 bilhões no acumulado do ano.
De acordo com o gerente do Departamento, Rodrigo Solano, o desempenho reflete o bom momento das exportações de açúcar brasileiras, impulsionadas principalmente pela queda das vendas de um dos grandes fornecedores mundiais, a Índia. O produto estava, até o primeiro semestre deste ano, no topo da lista de produtos brasileiros exportados para os países árabes do Norte da África. Segundo Solano, o segmento espera um aumento de 50% nas exportações de açúcar para os árabes neste ano.
Os países árabes do continente africano são Argélia, Ilhas Comores, Egito, Djibuti, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Somália, Sudão e Tunísia. Destes, o maior importador foi o Egito, que fez compras de US$ 1,06 bilhão de janeiro a setembro, com aumento de 11,77%. A Argélia foi o segundo maior destino dos produtos brasileiros na região, com US$ 500 milhões, e crescimento de 19,74%. O Marrocos foi o terceiro maior comprador, com US$ 345 milhões e uma alta de 15,34%. Em setembro houve queda de 22% nas importações da região sobre o mesmo mês de 2008, para US$ 221 milhões.
Também houve aumento, no acumulado do ano, das exportações para os países árabes do Levante, que são Jordânia, Líbano, Síria e Iraque. As vendas do Brasil para a região cresceram 2,1% sobre o mesmo período de 2008, para US$ 763 milhões. Já para os árabes do Golfo Arábico – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados, Iêmen, Kuwait e Omã – houve queda de 8,8% nas exportações brasileiras no acumulado do ano. Com isso, as exportações gerais para os países árabes caíram 2,95% e ficaram em US$ 6,86 bilhões de janeiro a setembro. Também houve queda em setembro, de 15% sobre o mesmo mês do ano passado, para US$ 817,7 milhões.
De acordo com Solano, o fato de as exportações brasileiras aos árabes estarem bastante concentradas em três setores – carnes, minério de ferro e açúcar – faz com que, qualquer alteração neles, reflita nos negócios do Brasil com a região. Ainda não há dados disponíveis sobre os produtos exportados para os árabes no acumulado do ano até setembro, mas até o final do primeiro semestre havia recuo nas vendas de minério e de frango. O gerente lembra que apesar de o Brasil ter pauta de vendas aos árabes pouco diversificada, a região importa muitos tipos de produtos, o que significa que há um potencial a ser explorado. Ele cita que as máquinas, por exemplo, significam 14% do total importado pela região.
Teve grande peso na queda das exportações do acumulado do ano o recuo das compras do maior importador do Brasil no mundo árabe, que é a Arábia Saudita. O país diminuiu em 20% as suas importações de produtos brasileiros de janeiro a setembro. Elas ficaram em US$ 1,48 bilhão. Já o segundo maior cliente do país no mundo árabe, os Emirados, aumentou suas compras em 38% para US$ 1,3 bilhão. O terceiro maior importador foi o Egito e o quarto a Argélia. Também houve redução nas exportações brasileiras para Bahrein, Catar, Ilhas Comores, Jordânia, Kuwait, Líbia, Omã e Tunísia.
As importações brasileiras dos países árabes também tiveram queda de 53,6% entre janeiro e setembro deste ano sobre os mesmos meses de 2008. O valor partiu de US$ 8,36 bilhões, no mesmo período do ano passado, para US$ 3,87 bilhões. No mês de setembro, individualmente, houve queda de 24,39% sobre o mesmo mês de 2008. As importações ficaram em US$ 616 milhões. O Brasil importa petróleo e derivados do mundo árabe.