São Paulo – O Oriente Médio deve ser uma das principais regiões responsáveis pelo aumento do consumo mundial de aço neste ano. De acordo com informações fornecidas ontem (6) pelo diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, a região, ao lado da Ásia e América Latina, será uma das impulsoras do crescimento do consumo global do produto em 2008, que deve ficar na casa dos 6% a 7%.
No primeiro semestre deste ano, a produção mundial de aço cresceu 5,7% para 696 milhões de toneladas, segundo números do Instituto Internacional de Ferro e Aço (Iisi). A brasileira Gerdau é líder mundial em aços longos especiais para o setor automotivo e, de acordo com matéria veiculada na imprensa brasileira nesta semana, a empresa está estudando a abertura de uma indústria no Oriente Médio, voltada a aços longos para construção. No primeiro semestre deste ano, a Gerdau já investiu US$ 4 bilhões em aquisições e ativo imobilizado.
O Brasil exporta aço para o Oriente Médio, região onde fica grande parte dos países árabes. Entre janeiro e junho deste ano, o país vendeu US$ 106 milhões aos países árabes em vergalhões e US$ 82,4 milhões em produtos semimanufaturados. A Gerdau, em divulgação do seu balanço semestral ontem, não chegou a dar detalhes sobre os destinos para os quais exporta, mas informou que teve receita de US$ 994,5 milhões com o mercado externo. Foram exportados, a partir das unidades da empresa no Brasil, 1,4 milhões de toneladas.
O volume enviado para o exterior pela Gerdau caiu 2,8%. O maior recuo foi em aços longos já que a empresa precisou atender o aumento de demanda no mercado interno. De acordo com Johannpeter, a diminuição do fluxo das exportações ajudou a empresa a reduzir os custos e aumentar as suas margens, já que o gasto com a distribuição dos produtos no mercado interno é menor do que com a do mercado externo.
A Gerdau promete continuar se expandindo no decorrer do ano. A empresa tem unidades no Brasil, na Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Índia, México, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. No primeiro semestre ela deu passos importantes, como a aquisição de participação complementar na Aços Villares, no Brasil, a compra da Macsteeel, Century Steel e Hearon Steel, nos Estados Unidos, além de aquisição de participação maior na Diaco, da Colômbia. A empresa também fez compras no Chile, México, Guatemala e Espanha.
A consolidação das novas empresas e o crescimento da demanda mundial impulsionaram o bom desempenho da Gerdau no semestre. A companhia teve aumento de 35,2% no faturamento bruto, que foi elevado a R$ 22,3 bilhões, e de 38,3% no lucro líquido, que chegou a R$ 3,2 bilhões. O Ebitda alcançou R$ 4,7 bilhões entre janeiro e junho, com crescimento de 51,7% e margem de 23,6%. A produção de aço bruto foi para 10,8 milhões de toneladas e teve crescimento de 25,6% sobre o mesmo período de 2007.
Em conferência de imprensa, Johannpeter e o vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer, ressaltaram o bom momento do mercado interno para o setor e a empresa, com demanda aquecida. Apesar disso, houve aumento de custos, impulsionado pelos preços maiores do minério, sucatas e energia elétrica. “Com a forte demanda mundial, foi possível ter alinhamento de preços. Com diminuição de custos, conseguimos aumentar as margens”, disse Schirmer.