Isaura Daniel
São Paulo – A indústria brasileira de guloseimas Peccin descobriu o gosto dos árabes pelas balas recheadas. A empresa deve vender este ano US$ 1,2 milhão em balas, chicletes e pirulitos para Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar, Arábia Saudita e Palestina. A Palestina responde por 70% das exportações para o Oriente Médio e tem se mostrado fiel no consumo de uma bala mastigável recheada chamada Frutomila.
"Chegamos a embarcar mais de 450 toneladas de Frutomila para a Palestina no ano passado", diz o gerente de exportações da empresa, Alexandre Gastaldello.
Com sede na cidade de Erechim, no Rio Grande do Sul, e uma capacidade produtiva de 4,5 mil toneladas ao mês, a companhia vem aumentando as exportações em ritmo acelerado. Nos últimos três anos, as vendas para o mercado externo cresceram em cerca de 50% ao ano. Em 2004, a previsão é alcançar faturamento de US$ 8 milhões com o comércio internacional, 35% mais do que em 2003.
Atualmente os maiores clientes internacionais da Peccin são África do Sul, Estados Unidos e América Latina. O Oriente Médio vem em quarto lugar, com 15% das compras. A África do Sul é maior consumidor individual, com 40%.
A escalada da empresa no mercado internacional começou no início dos anos 90, com a participação em feiras fora do país. O crescimento vem sendo alimentado da mesma maneira. A Peccin participa de pelo menos quatro feiras fora do Brasil ao ano, na Alemanha, França, Estados Unidos e México.
De acordo com Gastaldello, a ISM, feira internacional de Confeitaria, Biscoitos e Doces, que ocorre todos os anos na cidade alemã de Colônia, é um grande canal de negócios com distribuidores de vários países do mundo. Foi nesta feira, inclusive, que muitos contatos com importadores árabes foram feitos. A Peccin mantém relações comerciais com a região há cinco anos.
Ao gosto do cliente
As balas enviadas pela Peccin para a Palestina são feitas com gelatina bovina, matéria-prima aceita na região. A maior parte dos moradores do país não consome carne de suínos, produto do qual as balas também são feitas no Brasil. De acordo com o gerente de exportação, as guloseimas da Peccin não passam por adaptações para chegar ao Oriente Médio. O produto tem as mesmas características do que é consumido pelos brasileiros. A única diferença é na embalagem. "Eles normalmente compram em pacotes de um quilo e aqui vendemos avulsas", explica o gerente de exportação.
Atualmente, a fábrica da Peccin ocupa uma área de 12 mil metros quadrados em Erechim. O parque fabril, porém, será ampliado em 30% até o final do ano. Entre os planos da empresa também está a construção de uma nova planta, na cidade de Curitiba, no Paraná. De acordo com Gastaldello, a intenção é que a unidade esteja funcionando num prazo de três anos.
A Peccin é uma empresa familiar fundada em 1956. Até hoje é a mesma família – Pezzin – que leva a empresa adiante na mesma cidade onde foi fundada. A produção inclui balas mastigáveis, duras, recheadas, pirulitos redondos e planos, além de chicletes. No ano passado, o faturamento da indústria alcançou R$ 72 milhões. Neste ano, a receita deve chegar a R$ 100 milhões. A Peccin está entre as maiores fábricas de balas do Brasil.
Serviço:
Peccin
www.peccin.com
+55 54 520 9700