São Paulo – Poemas de Pablo Neruda, Federico García Lorca, Jorge Luis Borges e outros poetas de língua espanhola estão sendo apresentados ao público do Egito em recitais que ocorrem nesta terça (09) e quarta-feira (10), no Cairo. Os versos foram traduzidos diretamente do espanhol para o árabe por alunos de cinco universidades egípcias.
O projeto Poesía en español y árabe reuniu cerca de cem alunos dos níveis avançados dos departamentos de língua espanhola das universidades do Cairo, Ain Shams, Al Minia, Helwan e Aswan. A atividade ocorre por iniciativa do diretor do Instituto Cervantes no Cairo, Eduardo Calvo, que já havia realizado um projeto semelhante quando dirigiu o instituto na Argélia. O Cervantes é um centro de estudos ligado ao governo da Espanha, com escolas em diversas partes do mundo, para a difusão da língua e da cultura espanholas.
“Fiz uma seleção [de poemas] que abarcasse os países da América Latina e também a Espanha, e que incluísse aqueles que tivessem expressividade no Egito. Também ouvi sugestões das universidades e selecionei aqueles que não fossem muito difíceis de traduzir”, explica Calvo sobre as obras escolhidas.
Segundo o diretor do Cervantes, foram mais de cinquenta poemas selecionados, incluindo obras escritas por cinco ganhadores de prêmios Nobel e oito ganhadores do prêmio Miguel de Cervantes, o mais importante da literatura espanhola. “São todos poetas do século 20. Alguns foram traduzidos [para o árabe] pela primeira vez”, revela.
“Os mais conhecidos no Egito são Pablo Neruda (Chile) e Federico García Lorca (Espanha). Os outros são conhecidos só no ambiente de língua espanhola”, conta Calvo sobre a fama dos poetas hispânicos no Egito. Os estudantes levaram cerca de um mês para realizar as traduções.
De acordo com Calvo, poderão ocorrer novas edições do projeto, de acordo com a receptividade desta primeira edição. Os poemas traduzidos devem ser publicados na Internet. Os recitais de poesia acontecem no Instituto Cervantes no Cairo e nas universidades do Cairo e de Ain Shams, às 12 horas.
O projeto foi realizado em parceria com a Associação dos Hispanistas do Egito e teve o apoio das embaixadas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela no Egito.