São Paulo – A Arábia Saudita está expandindo suas instalações hoteleiras e turísticas para atender à demanda crescente do setor de turismo religioso. A modalidade movimenta cerca de US$ 7 bilhões ao ano no país. As informações são do site do jornal The National, de Abu Dhabi.
O governo saudita reservou um total de US$ 38 bilhões para a implementação de melhorias em sistemas de infra-estrutura e transporte para turistas, incluindo uma linha de trens de alta velocidade que vai ligar Jeddah, Meca e Medina, informou o grupo Elaf, uma subsidiária da Saudi Economic and Development Company (Sedco).
De acordo com a Comissão Saudita de Turismo e Antiguidades, 47 milhões de pessoas visitaram o país em 2008, número que deverá chegar a 88 milhões em 2020. A previsão é de que o número de quartos de hotel cresça de 117.097, número registrado no ano passado, para 254.310 em 2020.
O grupo Elaf informou que via abrir cinco novos hotéis em Jeddah, Meca e Medina, uma vez que o turismo religioso nessas cidades cresceu 30% no primeiro trimestre deste ano. Jeddah é usada como porta de entrada para as cidades sagradas de Meca e Medina, onde os fiéis praticam a hajj (peregrinação maior) e a umrah (peregrinação menor).
A companhia informou que a temporada atual da umrah deverá gerar um faturamento de 13 bilhões de riais (US$ 3,4 bilhões) para o país. A previsão é de que 3,5 milhões de peregrinos visitem o país para realizar a umrah este ano.
"O custo das viagens internacionais está mais acessível, com descontos especiais, atividades promocionais e preços de passagens aéreas altamente competitivos. Todos esses fatores contribuíram para o aumento significativo no número de peregrinos para a umrah, e para o forte crescimento do mercado de turismo saudita", disse o vice-CEO do grupo Elaf, Tarek Nabulsi.
Meca e Jeddah estiveram entre os mercados hoteleiros de melhor desempenho em todo o Oriente Médio, em termos de faturamento por quarto disponível, no primeiro trimestre deste ano. As taxas de crescimento no faturamento nas duas cidades foram de 32,7% e 30,3%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a companhia Deloitte.
"As autoridades sauditas estão implementando uma estratégia para aumentar a qualidade e capacidade das acomodações e serviços relacionados para os peregrinos da hajj e da umrah, criando muitos novos projetos e gerando oportunidades", disse Chiheb Ben-Mahmoud, vice-presidente sênior da Jones Lang LaSalle Hotels.
De acordo com Ben-Mahmoud, a Arábia Saudita reduziu as restrições para a emissão de vistos durante a temporada da umrah, permitindo aos visitantes permanecer no país por mais tempo.
Um relatório publicado recentemente pela Jones Lang LaSalle Hotels mostra que os peregrinos da hajj e da umrah representam mais de 50% do total de visitantes no país árabe.
A companhia Raffles Hotels and Resorts, especializada em hotéis de luxo, anunciou no mês passado que vai administrar um novo hotel em Meca, o Raffles Makkah Palace. Com abertura marcada para novembro, o hotel ficará a três minutos da Grande Mesquita de Meca.
Na semana passada, o grupo hoteleiro Rezidor anunciou que vai abrir o Al Muna Karim Radisson Blu Hotel, em Medina, no terceiro trimestre deste ano. A Hyatt Hotels and Resorts já abriu seu primeiro hotel na Arábia Saudita, o Park Hyatt Jeddah.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum