São Paulo – As exportações brasileiras de frutas para os países árabes cresceram 61% no primeiro semestre deste ano sobre o mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). Os produtores nacionais de frutas tiveram faturamento de US$ 8,7 milhões com vendas à região entre janeiro e junho, enquanto nos mesmos meses do ano passado o valor estava em US$ 5,4 milhões.
De acordo com o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva, também houve aumento nos volumes de frutas embarcados pelo Brasil ao mercado árabe, que passaram de 6,8 mil toneladas no primeiro semestre de 2007 para 8,5 mil toneladas no mesmo período deste ano. “E a tendência é de crescimento. O Brasil tem no mundo árabe um dos mercados emergentes mais importantes, e não apenas para o setor de frutas”, explica Saraiva.
A presença brasileira no mercado árabe, de acordo com o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, vem sendo alavancada com participação do país em feiras no Oriente, além da adaptação das frutas nacionais àquela região, motivada por um esforço exportador do segmento.
Dados do Ibraf apontam que a maçã ocupa um dos principais lugares nas exportações de frutas do Brasil ao mundo árabe. O país teve receita de US$ 2,5 milhões com vendas do produto à região, entre janeiro e junho, contra US$ 609 mil nos mesmos meses de 2007. “Devido à evolução dos preços da maçã no mercado internacional”, diz Saraiva. Ele afirma que também em função dos problemas de safra da cultura, em 2006 e 2007, quando os produtores não puderam exportar, em 2008 houve uma recomposição dos compromissos.
Outra fruta que foi bastante exportada pelo Brasil aos árabes foi a castanha-de-caju e castanha-do-Pará. “Desde o Líbano até o Kuwait consome muita fruta seca, elas são muito valorizadas na região”, diz Saraiva. O Brasil vendeu aos árabes US$ 3,8 milhões no produto, no acumulado do ano até junho, contra US$ 2,8 milhões nos mesmos meses do ano passado. Também houve aumento de vendas de outros produtos, como limões e limas, mas os valores exportados foram menores.
A Arábia Saudita, segundo Saraiva, é o grande mercado, no mundo árabe, para a fruta brasileira, em função, principalmente, do tamanho da população do país. Ele lembra, porém, que Emirados Árabes Unidos vêm crescendo em importância em função da sua estrutura de logística, que o tornam distribuidor, não apenas aos demais países árabes, mas também a outras nações próximas. “Os Emirados são o que o Líbano foi há décadas atrás para o mundo árabe”, afirma o presidente do Ibraf.
Saraiva diz que isso favorece o Brasil, já que é mais fácil negociar com os Emirados. “Eles têm economia estável e são o mais aberto na região em relação aos costumes ocidentais. Isso ajuda nas transações comerciais”, diz. Alaby lembra que em mercados como Emirados e Arábia Saudita há escassez de frutas. “Se eles produzem, produzem muito pouco, não o suficiente para o auto-abastecimento”, diz o secretário-geral. Ele afirma, porém, que estes locais buscam frutas muito mais na África do Sul, Austrália e África árabe.