Isaura Daniel
São Paulo – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos está exportando mais para os países árabes. O setor faturou US$ 158,9 milhões com vendas aos países da região nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 127,8 milhões no mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados ontem (12) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo. A receita adicional foi de US$ 31 milhões e o crescimento foi de 24,4%.
A Arábia Saudita foi o país árabe que mais comprou máquinas e equipamentos brasileiros entre janeiro e outubro deste ano. Os sauditas gastaram US$ 44,8 milhões com os produtos nacionais no período, com aumento de 78,2% sobre os mesmos meses de 2005. O país ultrapassou os Emirados Árabes Unidos, que no mesmo período de 2005 ocupava o primeiro lugar no ranking dos importadores árabes e agora está em segundo. Entre janeiro e outubro deste ano os Emirados importaram US$ 38,7 milhões em equipamentos do Brasil.
O terceiro país árabe que mais importou máquinas e equipamentos brasileiros nos dez primeiros meses do ano foi o Egito, com compras de US$ 14,4 milhões e crescimento de 53,1%, o quarto foi o Marrocos, com US$ 10,7 milhões e aumento de 15,8% e o quinto foi o Sudão, com importações de US$ 9,4 milhões e crescimento de 152,6%. De acordo com a economista da Abimaq, Patrícia Marrone, os países árabes são compradores tradicionais já que os fabricantes brasileiros costumam participar de feiras na região há vários anos. Dezenove países árabes importaram máquinas nacionais até outubro.
As exportações gerais de máquinas e equipamentos do Brasil cresceram 13,7% entre janeiro e outubro deste ano. Elas alcançaram US$ 8 bilhões contra US$ 7 bilhões nos mesmos meses de 2005. Até o final do ano elas devem ficar em US$ 9,6 bilhões, segundo dados da Abimaq, com crescimento de cerca de 13%. "O mundo está propício aos investimentos produtivos", afirmou o presidente da Abimaq, Newton de Mello, em encontro ontem com a imprensa. De acordo com Mello, o crescimento das vendas externas é reflexo de um esforço exportador feito pelo setor em 2003, quando o câmbio era mais favorável às exportações.
De acordo com Mello, as vendas externas foram feitas por uma disposição dos fabricantes de manter mercados já conquistados e também escala de produção. O presidente da Abimaq contou casos de produtos que estão sendo exportados com prejuízo. A valorização do real frente ao dólar é uma das grandes reclamações do setor de máquinas no Brasil. As máquinas brasileiras, segundo Mello, não estão competitivas frente os demais fabricantes mundiais em função do câmbio.
Em 2007, as vendas de máquinas e equipamentos devem se manter estáveis, de acordo com projeções da Abimaq. A entidade fez uma série de projeções para o setor no próximo ano. A produção da indústria, segundo estudos feitos pela Abimaq, deve crescer 3,4%, o faturamento nominal 2,3% e o real (descontado a inflação) 0,7%. O número de empregos deve cair 1,1%. Até outubro deste ano, a indústria de máquinas e equipamentos registrava faturamento deR$ 45,4 bilhões, com queda de 2,5% sobre o mesmo período de 2005.