São Paulo – Ocorreu nesta sexta-feira (26) o lançamento da Zona de Processamento de Exportações (ZPE) localizada em Uberaba, Minas Gerais, com a presença de cerca de oitenta empresários e autoridades. Esta é a primeira ZPE do estado, que busca atrair investimentos de empresas brasileiras e estrangeiras interessadas na exportação dos mais variados produtos, como do agronegócio, farmacêuticos, inseticidas e calçados.
O município está disponibilizando 260 hectares para a instalação das indústrias que finalizarão os produtos na região, e com isso terão incentivos fiscais, drawback (isenção de impostos na importação de insumos) e outros benefícios. Segundo Glauber Faquineli, diretor executivo da ZPE, uma Zona de Processamento de Exportação nada mais é que uma zona franca, um distrito industrial com incentivos fiscais.
“Tivemos um amadurecimento importante das ZPEs do Brasil nos últimos anos e queremos desmistificar o que é a zona, e atrair indústrias nacionais e investidores estrangeiros”, disse Faquineli. Ele contou que está conversando com algumas empresas do setor farmacêutico, de inseticidas e calçados.
De acordo com o executivo, a região está trabalhando no projeto Intervales, que pretende transformá-la num polo logístico, com a construção de um aeroporto internacional para transporte de cargas e passageiros, além de ligações ferroviárias e rodoviárias existentes com os portos de Santos, em São Paulo, e Tubarão, no Espírito Santo.
Para ele, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira é uma parceira importante para fazer um primeiro contato com o mundo árabe. “Acredito que, em função do apelo vocacional da região para o agronegócio, a ZPE possa interessar muito os árabes, e a Câmara pode fazer essa ponte com eles”, projetou.
Para o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, que esteve no evento, as ZPEs são boas para o Brasil, pois irão gerar empregos e renda, além de exportações de produtos finais, que têm muito mais valor agregado do que as commodities. Alaby informou que existe interesse de países árabes nas ZPEs no que diz respeito ao agronegócio, por exemplo, na área de carne processada.
O prefeito de Uberaba, Paulo Nogueira, reforçou à ANBA que o agronegócio é a atividade mais importante da região, responsável por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) local, e contou sobre um frigorífico da cidade que costumava exportar cerca de 90% de sua produção ao Oriente Médio com certificação halal. É o tipo de negócio que pode se beneficiar da ZPE.
“Mas não só isso”, afirmou Nogueira. Além da agroindústria, ele disse que outros segmentos podem se interessar pela ZPE e citou como exemplo uma fábrica de tintas para tatuagens da cidade “que exporta para dezenas de países”. “A produção não dá conta da demanda”, declarou.
“Vamos precisar de mais, não podemos nos focar apenas no agronegócio”, destacou Nogueira. Além dos incentivos fiscais, ele ressaltou que a Prefeitura oferece terrenos a custos baixos na ZPE, que podem chegar a zero dependendo do número de empregos e das receitas geradas pela empresa. “Temos uma escala de avaliação progressiva de incentivos”, acrescentou. O prefeito informou que empresários russos e chineses já visitaram a região.
Faquineli informou ainda que irá a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participar da 4ª Conferência Internacional e Exposição Anual da Organização Mundial de Zonas Francas (WFZO, na sigla em inglês), que ocorrerá em 30 de abril e 1º de maio.
A secretária-executiva do Conselho Nacional de ZPEs, Thaíse Dutra, o procurador Leonardo Rabelo, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e o secretário de Desenvolvimento Econômico do Município de Uberaba, José Renato Gomes, também irão aos Emirados. A ideia é promover a ZPE de Uberaba e atrair investimentos do Oriente Médio e de todo o mundo.