São Paulo – Um dos desafios para o crescimento e o desenvolvimento da economia do Marrocos é a escassez de água. Além de combatê-la, a nação do Norte da África precisa também colocar em prática outras medidas para que seu Produto Interno Bruto (PIB) cresça constantemente e de forma sustentada. Estas são algumas das percepções de técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que se reuniram com autoridades locais ainda no final de março e na quarta-feira (1) divulgaram um relatório com as conclusões decorrentes deste encontro.
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O documento é resultado de avaliações anuais que o fundo realiza com os países que o integram, assim como está inserido em programas de financiamento e apoio financeiro que o FMI mantém com o Marrocos. Segundo as conclusões dos técnicos do fundo, o PIB marroquino deverá crescer gradualmente neste e nos próximos anos até alcançar 3,5% se for impulsionado por uma agenda de implantações de reformas.
Marrocos: comprometimento com reformas
O FMI avalia que o país árabe continuou a mostrar resiliência nos últimos meses apesar do terremoto de setembro do ano passado, condições externas “desafiadoras” e escassez de água. Sobre este assunto, o fundo alerta: “Esforços contínuos para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, solucionar a escassez de água, ampliar a governança e combater a desigualdade de gênero são essenciais para impulsionar o potencial de crescimento do Marrocos”.
O documento elogia o futuro programa nacional de água, que ultrapassa os US$ 40 bilhões de investimentos e compreende a implantação de unidades de dessalinização de água, construção de barragens e reuso de água, assim como ressalta os planos do país de alcançar zero emissões líquidas de gases causadores do efeito estufa até 2050. O FMI apoiou também o comprometimento das autoridades locais em promover reformas estruturais na saúde pública e educação.
Ainda segundo os dados divulgados pelo fundo, em 2022 a população marroquina somava 36,7 milhões de pessoas e tinha um PIB per capita de US$ 3,5 mil (o do Brasil é de US$ 11,3 mil, segundo o FMI). Os principais produtos exportados são fosfatos e derivados, em grande parte para o Brasil, além de automóveis. Seus principais mercados compradores são França e Espanha.